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Vivências de Mães em Luto e as Fotografias do Filho Falecido: Posicionamento Frente à Dor e o Passado Eternizado em Imagens

24 de Abril, 2025 . Dissertações Rebecca Barata Moreira

Esta pesquisa tem como objetivo desvelar as vivências de mães pela perda por morte não natural de um filho, assim como suas vivências frente às fotografias do filho que foi a óbito. Optamos por realizar uma pesquisa qualitativa de orientação fenomenológica. Foram realizadas entrevistas com três mães que perderam filhos jovens adultos (18 a 29 anos) cuja morte tenha sido decorrente de causas não naturais. Elegemos como instrumento de pesquisa uma entrevista aberta de orientação fenomenológica, norteada por duas questões temáticas disparadoras: “Fale-me sobre como é ter perdido um filho(a) e sobre sua relação com as fotografias de (nome da pessoa falecida)?”; “Como foi, para você, falar sobre a perda do(a) seu(a) filho(a) por meio de fotografias?”. Os dados coletados foram analisados a partir da proposta de análise fenomenológica de Amedeo Giorgi em diálogo com a Logoterapia e a literatura sobre luto. Para a compreensão dos resultados, as temáticas comuns que emergiram foram descritas em oito constituintes essenciais, são elas: a vivência da perda de um filho; posicionamento frente à dor; o papel da família no enfrentamento da perda; o papel da ocupação no enfrentamento da perda; recursos auxiliares no manejo da dor; significados das fotografias do filho falecido na vivência de perda; valor atribuído às fotografias; relação estabelecida com as fotografias após a morte do filho. No que tange a relação com as fotografias, foram observadas inúmeras particularidades, então, optamos por descrevê-las separadamente, por considerarmos sua importância para a compreensão das vivências como um todo. Os resultados revelam que, na vivência das participantes, o luto materno é complexo, descrito como uma dor constante e eterna, impossível de ser superada, no entanto, passível de ser transformada. Neste contexto, a fotografia surge como recurso importante no processo de ressignificação da perda e posicionamento frente ao sofrimento. Ainda que a relação com as imagens seja uma vivência singular, é possível constatar o interesse por preservar as imagens como forma de manter o filho vivo e presente no cotidiano familiar. As participantes significam as imagens como um recurso capaz de eternizar o passado vivido e compartilhado, favorecendo o acesso às lembranças e a manutenção do laço indissolúvel que é a relação entre mães e filhos.

Autor(a)

Rebecca Barata Moreira

Orientador(a)

Airle Miranda de Souza.

Curso

Psicologia

Instituição

UFPA

Ano

2018