Este trabalho dissertativo busca relacionar os estudos da linguagem, currículo e diferença, no campo da teorização pós-crítica em educação, aos processos educativos delineados nos “Projetos de Linguagens” em uma Unidade de Educação Infantil na cidade de Belém-PA. O estudo tem por objetivo investigar como o ensino de linguagens vem sendo produzido na Unidade de Educação Infantil em questão, tendo por recorte a análise das dimensões da linguagem como vetor da diferença no currículo escolar. O texto tem como interlocutores autores da Filosofia da Linguagem, Pensamento da Diferença e Teorização Pós-Crítica de Currículo, buscando perceber a infância como enigma e jogo no processo de criação, instigadas pela arte e musicalidade, no intuito de pensar o currículo em sua “dimensão dançante”. Desse modo, dialogamos com GADAMER (2000), no intuito de tecer considerações sobre a linguagem e a questão do jogo; LARROSA (2000; 2004) e SKLIAR (2014), a respeito das linguagens babélicas e desobedientes; BRITO (2003), sobre a importância das linguagens enquanto manifestação da arte no processo educativo; SILVA (2001 e 2010), CORAZZA (2001 e 2002), COSTA (2011 e 2013), por meio de discussões sobre o currículo na perspectiva da diferença no campo pós-crítico, e ainda, LINS e GIL (2008), sobre o devir-criança, a linguagem e a infância. A pesquisa de campo realizada nesta unidade de educação ocorreu durante o ano letivo de 2015 e contou com o apoio das Metodologias Pós-Críticas em Educação (MEYER e PARAÍSO, 2012). Nesse interim foram feitas atividades pedagógicas colaborativas juntamente com as professoras da UEI em diálogo com a coordenação do espaço, momentos de observação e registros fotográficos, análise de documentos curriculares e das ações pedagógicas, no intuito de efetivar um estudo do cotidiano nesta instituição escolar (CERTEAU, 2014). As análises da pesquisa adentram os campos da linguagem, currículo e diferença, demostrando de que forma os projetos de linguagens são dinamizados no espaço educativo pesquisado, uma vez que se diferenciam em relação a outros espaços de educação infantil não apenas por seu “projeto piloto” no tocante às dimensões da arte e das linguagens que compõem sua configuração curricular, mas sobretudo porque arriscam desobedecer as leis formais da educação na busca de potencializar a infância, suas linguagens e suas artes de aprender na diferença – uma leveza que convida o currículo a marcar pequenos passos de danças, arriscando a pensar um ensino que parta das diferenças e das experimentações em suas artes de invenções.
Um Currículo Dança? Perspectiva Pós-crítica de Currículo e Infância a Partir dos Projetos de Linguagens da UEI Cremação, Belém-PA
Kelry Leão Oliveira
Orientador(a)
Gilcilene Dias da Costa
Curso
Educação
Instituição
UFPA
Ano
2016