Este trabalho tem como objetivo analisar o comércio clandestino de escravos índios no Estado do Maranhão e Grão-Pará, durante a primeira metade do século XVIII, como uma alternativa econômica utilizada pelos coloniais para promover o desenvolvimento econômico interno da região. Um comércio que se caracterizou também como uma atividade política, que permitiu a formação de uma rede social articulada que desvirtuava as orientações da Coroa portuguesa, para criar opções que estivessem ligadas diretamente à realidade colonial se contrapondo, assim, aos limites administrativos e políticos fixados pela Metrópole para a captura, controle, comércio e distribuição da mão de obra indígena. Como desdobramento, o trabalho se propõe a analisar o papel desempenhado pelos contrabandistas de índios e suas articulações com os agentes régios, criando mecanismos políticos que resultaram nas relações de força que se desenvolveram no interior da Colônia em torno do comércio de contrabando com destaque para o contrabando de gêneros e escravos índios. Para tanto, foi necessário contextualizar as articulações que havia entre os contrabandistas, lideranças indígenas, representantes régios e religiosos em torno do fornecimento de escravos índios, livre de pagamento dos impostos. Estudar as ações executadas pelos contrabandistas de índios fortalecendo um mercado, até certo ponto negligenciado por boa parte da historiografia colonial, é introduzir uma reflexão sobre a importância que o comércio de contrabando teve para a constituição da sociedade colonial amazônica, com certo grau de autonomia.
Tempo dos Régulos do Sertão: O Contrabando de Índios na Amazônia Portuguesa (c-1700 c-1750), O
Dysson Teles Alves
Orientador(a)
Mauro Cezar Coelho
Curso
História
Instituição
UFPA
Ano
2017