Esta pesquisa relata um pouco da História do Tapanã através de memórias dos moradores que ocuparam suas terras. O processo de territorialização no Tapanã intensifica por conta, em grande medida, das ações de ocupação de famílias sem moradia, e que vão se articulando em torno de movimentos sociais como o Conselho Comunitário do Tapanã, Movimento das Famílias Sem Terra, Movimento de Posseiro, Grita Tapanã, Comunidades Eclesiais de Base, Comissão dos Bairros de Belém, entre outros. Um processo de urbanização metropolitana que remonta às décadas de 1980 e 1990. Uma ocupação cria um quadro de socialização de experiências, ao mesmo tempo que o caráter precário que costumam ter provocam uma convivência prenhe de conflitos que marcam profundamente a construção do espaço urbano belenense. Instigo a interpretação de memórias que entrelaçam uma variedade permanente de produção de estratégias na territorialização do Tapanã, compreendendo para isso o processo de participação ativa, consciente e planejada nas ações de ocupação de terra. Frequento por quase 8 anos o Tapanã, principalmente a rua das orquídeas, 116 (moradia fruto do processo de ocupação). Procurei vivenciar e interagir com os caminhos que levam o historiador ao objeto de pesquisa, por isso visitei diversas vezes o Tapanã, assim como procurei estabelecer um contato frequente com os memorialistas, que são eles: Família Muniz (Marlúcia Muniz, Edson Muniz, Marina Muniz, Marília Muniz e Marvin Muniz), Maria de Nazaré, Antônia Salgado e João Gonçalves – referências na articulação da luta pela terra no Tapanã. Incluo no trabalho uma narrativa em que procuro aliançar combinações da escrita com a oralidade, dei ao terceiro capítulo a alcunha que resume minhas pretensões de como contar esta História, Uma Crônica Tapanauense.
Tapanã: Memórias e Crônicas da Urbanização Belenense nos Anos 1980 e 1990
Lenon Victor Xavier Brasil
Orientador(a)
Pere Petit Peñarrocha
Curso
História
Instituição
UFPA
Ano
2020
