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Subjetividade, Patrimônio e Cidade: Apropriações Turísticas e Culturais no Bairro da Campina

14 de Abril, 2025 . Teses Fernanda Cristine dos Santos Bengio

Este trabalho interrogou a produção de subjetividades pelo dispositivo da patrimonialização, a partir dos desdobramentos políticos, econômicos, sociais e culturais do tombamento do bairro da Campina, em Belém do Pará. O entendimento de que a patrimonialização compõe múltiplas relações permitiu explorar a hipótese de que essa ação, como elemento importante nas disputas pelos usos da cidade e na produção de subjetividades dos sujeitos que se relacionam com o bairro da Campina, tem funcionado enquanto dispositivo de resistência frente à intensificação da financeirização da cidade, em Belém do Pará, na atualidade. Para explorar essa hipótese, buscou-se problematizar a constituição contemporânea da patrimonialização junto aos sistemas de saberes da modernidade, a constituição de importantes elementos da cidade tombada por meio de Cartas Patrimoniais e entrevistas o debate sobre memória coletiva, turismo e direito à cidade. Assim, o Projeto Circular foi tomado como objeto que materializa algumas lutas, no bairro da Campina, como a constituição de relações agonísticas relacionadas às apropriações dos espaços. O percurso analítico contou com as contribuições teóricas e metodológicas de Michel Foucault problematizando as relações de saber e poder envolvidas na produção de subjetividade na trama patrimonial. Sobre o olhar lançado à memória coletiva, contou-se com o subsidio teórico de Michel Halbachs e Gilles Deleuze. Os materiais analisados foram construídos em entrevistas com representantes dos espaços participantes do projeto Circular e moradores do bairro da Campina e algumas Cartas Patrimoniais que apontam diretrizes locais e internacionais sobre a patrimonialização de bens materiais, em especial os de caráter urbano e arquitetônico. Os materiais de análise apontaram a constituição da monumentalidade na constituição das cidades tombadas, estando presente o viés higienista nas práticas de reorganização espacial na Campina, porém indicaram ainda que existe forte viés agonístico na apropriação proposta por projetos como o Circular ao se colocar em cena a ideia de direito à cidade como prática de cuidado fortemente amparada pelo turismo cultural/patrimonial.

Autor(a)

Fernanda Cristine dos Santos Bengio

Orientador(a)

Flávia Cristina Silveira Lemos

Flávia Cristina Silveira Lemos

Curso

Psicologia

Instituição

UFPA

Ano

2014