Esta tese trata da relação juventude e escola e partiu da questão de se compreender como vem se estabelecendo esta relação para os jovens do ensino médio de IgarapéMiri. Assim, objetivou-se analisar esta relação por meio dos sentidos que os jovens atribuem à escola e seus processos educativos. Metodologicamente a pesquisa se estruturou num estudo de campo e teve como lócus a Escola Estadual de Ensino Médio Enedina Sampaio Melo, sediada no município de Igarapé-Miri/Pará. Para o levantamento de dados, fez-se uso da aplicação de questionários e de entrevistas nãodiretivas, além da observação do espaço pesquisado e das relações pedagógicas ali estabelecidas, tratando-se a fala dos sujeitos por meio da análise do discurso. Com o aporte teórico da pesquisa consubstanciado por Marx e Engels (2006, 2007, 2009, 2011, 2012), além de Kosik (2011) e Konder (2008), Frigotto (2003, 2009, 2010), Nosella (2011) Kuenzer (2000), Ciavatta (2005), Sposito (2005) Carrano (2010) Manacorda (2008), Dayrell (1996, 2003, 2007, 2009), Moura (2013) Abramo (2005), Arroyo (2014), as análises atestaram que a particularidade da vivência da vida juvenil no município de Igarapé-Miri permite ao jovem atribuir à escola o sentido de formação, aprendizagem e sociabilidade que se constroem como um movimento dialético mediado pelos processos educativos vivenciados. Os discursos dos jovens revelam a compreensão de que é por meio da escola que poderão receber a formação necessária tanto para a vida em sociedade quanto para o trabalho ou ingresso para o ensino superior, reafirmando que o papel da escola deveria ser assegurar a ampla formação, isto é, a formação integral do educando e preparar para o ensino superior contrastando com o desejo do jovem de ser “formado” para o trabalho imediato como condição de ter que ajudar na composição de renda familiar. A pesquisa evidenciou também que o jovem tem uma visão positivada da escola que, mesmo com todas as mazelas da sociedade capitalistas, ele quer e precisa estar nela, visto que é por meio dela que os alunos oriundos da classe trabalhadora poderão ter acesso a cultura, ao saber acumulado, aos conhecimentos científicos e tecnológicos que lhes permitirão compreender as relações de produção da sociedade em que vivem, bem como assegurar o estabelecimento de novas relações. Conclui-se que a relação juventude e escola na escola pesquisada, revela-se como uma relação dialética, mediada pelos processos educativos vivenciados nesse espaço, por isso a escola é formação, aprendizagem e sociabilidade, que se apresenta num movimento de transformação permanente que pode também se apresentar para os jovens, na sociedade capitalista devido a sua condição de classe, como o único capaz de lhe assegurar a vivência da formação, da aprendizagem e da sociabilidade que tanto desejam.
Sentido da Escola para os Jovens do Ensino Médio: Um Estudo na Escola Enedina Sampaio Melo, O
Crisolita Gonçalves dos Santos Costa
Orientador(a)
Gilmar Pereira da Silva
Curso
Educação
Instituição
UFPA
Ano
2012