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Sem Linhas Retas: Gênero e Sexualidade nas Graphic Novels

10 de Abril, 2025 . Dissertações Monique Malcher de Carvalho

As Histórias em Quadrinhos tem grande parte de sua trajetória marcada pela abordagem de temas controversos e desafiadores, que ajudam os leitores a rever a forma como entendem e se relacionam com as imagens e representações cotidianas. Historicamente elas se restringiam a episódios de curta duração, as editoras não estimulavam e nem apoiavam histórias maiores ou mais detalhadas, pois a arte sequencial não era pensada para leitores adultos. Porém, em anos recentes surgiu a graphic novel, um formato de história em quadrinhos que trouxe temas importantes como: questões de representação de gênero e sexualidade. A pesquisa busca compreender como se dão performance de gênero e práticas sexuais não normativas nos quadrinhos e de que forma se tornam ferramentas ou táticas para (re)pensar questões de sexualidade com um olhar pós identitário. A escolha de quadrinhos no formato de graphic novel se deu pelo caráter político, literário e representativo desse tipo de publicação. Os objetos escolhidos foram “Azul é a cor mais quente”, de Julie Maroh, publicado em 2010 e “Fun Home: Uma tragicomédia em família” de Alison Bechdel, publicada em 2006. Através destes quadrinhos buscou-se entender: a negociação das identidades dos personagens dentro dos constrangimentos discursivos da heteronormatividade, tanto ao repeti-la quanto ao desafiá-la em suas performances de gênero; a heterossexualidade como prática compulsória tanto em relações homossexuais assumidas quanto escondidas; a presença de normas de gênero corporificando certos ideais de feminilidade e masculinidade, e além disso, trazer o debate sobre a narrativa literária das graphic novels como ferramenta para dar conta de debater a sexualidade e questões queers, compreendendo o fazer antropológico como experimental e para além das fronteiras entre o acadêmico e o literário.

Autor(a)

Monique Malcher de Carvalho

Orientador(a)

Ernani Pinheiro Chaves

Curso

Antropologia

Instituição

UFPA

Ano

2018