Essa pesquisa teve o intuito discutir como as práticas de cuidado e assistência às mulheres grávidas encarceradas são experienciadas por elas, com enfoque na Violência Obstétrica (VO). Foram entrevistadas 12 custodiadas, todas autodeclaradas negras, com idade média de 25,5 anos, em sua maioria com baixa escolaridade, vindas de regiões fora da área metropolitana de Belém e tendo a sua primeira gestação na infância ou adolescência. Constatou-se que as histórias de vida das custodiadas foram marcadas por inúmeros tipos de violências e, mesmo compreendendo que tiveram um parto traumático, por vezes não se reconheceram como vítimas de violência obstétrica. Conclui-se que o direito ao aleitamento materno e à vinculação com seu filho está inter-relacionado ao modo de enfrentamento das diversas restrições e particularidades da experiência de gestar e cuidar no cárcere, pois as internas desenvolveram habilidades e competências subjetivas para lidar com as especificidades da maternagem intracárcere.
Retratos da Violência Obstétrica no Cárcere: Percepção das Custodiadas
Marina Lima de Oliveira
Orientador(a)
Leandro Passarinho Reis Júnior
Leandro Passarinho Reis Júnior
Curso
Psicologia
Instituição
UFPA
Ano
2019