Inaugurada em 1719, a Igreja de Santo Alexandre, localizada na parte histórica de Belém, é um dos mais belos exemplares da arte missioneira realizada pelos religiosos da Companhia de Jesus na Amazônia. Fundada pelo irmão escultor João Xavier Traer, a oficina de escultura do Colégio homônimo, foi responsável pela fábrica das peças que adornam a Igreja, tendo como principal mão de obra os artífices indígenas. Entre os entalhes temos o da Capela de São Miguel Arcanjo. O intuito desta dissertação é a partir da análise do rosto entalhado na Capela de São Miguel Arcanjo, desvendar quem foram os artífices indígenas que participantes da oficina de escultura Colégio e possíveis autores do retábulo da capela. Durante esta produção, além da mão de obra, foram utilizados os conhecimentos dos artífices indígenas sobre os produtos da terra (madeira, resinas e pigmentos), assim como as ferramentas habituais manuseadas na confecção das peças da sua cultura. Contudo, mesmo com a aplicação desses materiais e técnicas, as peças produzidas pertencem ao imaginário do catolicismo, as classificando como uma arte mestiça, com saberes de culturas diferentes.
Por Trás dos Objetos Históricos : A Presença dos Artífices Indígenas nas Oficinas do Colégio de Santo Alexandre (1703-1759)
Jessica Santos Silva
Orientador(a)
Décio Marco Antônio De Alencar Guzmán.
Curso
História
Instituição
UFPA
Ano
2024