As últimas décadas do século XVIII é um momento importante para a economia do Grão-Pará. Influenciado pela conjuntura externa que lhe rendeu oportunidades de um maior desenvolvimento de seu setor produtivo e mercantil endógeno. Durante esse período a capitania do Grão-Pará tornou-se importante para os interesses da Coroa em território colonial. A partir de Belém deveria se estabelecer as comunicações comerciais com as capitanias do Mato Grosso e do Goiás, garantindo a integridade territorial e a manutenção das exportações dos gêneros coloniais para Portugal. Entretanto, variadas questões se impuseram que dificultaram a execução das ações planejadas, principalmente, na conexão com Goiás. Os arraiais goianos experienciavam uma crise sistêmica após a derrocada da produção das minas e estava pleiteando uma transição para uma econômica de base agrícola. O comércio com o Grão-Pará era visto como uma solução ao problema da falta de gêneros e crédito. A documentação oficial demonstra que as autoridades estavam tomando as medidas possíveis para fomentar a atividade agrícola tanto de mantimentos quanto para exportação, mas com poucos resultados. Todavia, os comerciantes paraenses se mostraram reticentes após tomarem ciência do real estado daqueles povoados. O Estado Português, através de seus representantes, procurou desenvolver a região retomando suas políticas de povoamento a partir de presídios e Registros, assim como o incentivo ao desenvolvimento agrícola, concedendo isenções de impostos e outros benefícios aos colonos. Assim, podemos perceber que as medidas tomadas por ambas as capitanias contribuíram para a montagem de esquema de largo alcance comercial através da região do Araguaia-Tocantins.
Pelo Bem da Agricultura e do Comércio: As Dinâmicas Sociais e Econômicas no Mundo Rural do Centro-Norte (1780-1810)
CARLOS EDUARDO COSTA BARBOSA
Orientador(a)
Francivaldo Alves Nunes
Curso
História
Instituição
UFPA
Ano
2024