Esta dissertação visa analisar o embate político entre o jornalista Paulo Maranhão (1872-1966) e o militar Magalhães Barata (1888-1959), entre os anos de 1930 e 1945, período conhecido como Era Vargas. Como objetivo central, foram analisados os variados mecanismos utilizados pelos dois sujeitos no sentido de obtenção, recuperação e manutenção de poderes em várias áreas da sociedade paraense. Paulo Maranhão utilizou-se das ferramentas do jornalismo para atacar Magalhães Barata, este que exerceu duas vezes o cargo de interventor federal do Pará. Por sua vez, Magalhães Barata contou com os aparatos estatais para se defender e atacar um dos seus principais opositores, contribuindo para uma dinâmica de disputas políticas entre os dois que se prolongou por quase 30 anos. A pesquisa foi dividida em três fases, a fase inicial referente a primeira passagem pelo poder de Magalhães Barata (1930-1935); a segunda fase referente ao período em que o militar político esteve afastado do Pará (1936-1942); e finalmente, a terceira fase direcionada ao retorno de Magalhães Barata para sua segunda interventoria (1943-1945). Utilizando de aportes ligados à Nova História Política e suas reformulações em torno de vários objetos de análise, inclusive a respeito dos meios de comunicação, verifiquei que Paulo Maranhão usou o periódico Folha do Norte para suas pautas e divergências políticas, dentre elas, a travada contra Magalhães Barata. Desse modo, concretizando o caráter político em torno dos impressos e seu poderio de intervenção na dinâmica social do período. Em decorrência dos meios utilizados por ambos, foi possível visualizar episódios de violências, censuras, matérias jornalísticas voltadas a ataques políticos, dentre tantos outros acontecimentos, apresentados e analisados durante os três capítulos desta dissertação. A partir de uma análise qualitativa de fontes, foi possível trabalhar com alguns polos documentais para construção da pesquisa. Destaco os documentos presentes no Arquivo Público do Estado do Pará (APEP), referentes às relações protagonizadas por componentes do poder público, seja sobre o próprio Magalhães Barata ou departamentos estatais. Outro polo documental importante está presente na Biblioteca Pública Arthur Vianna, referentes aos periódicos do recorte proposto, como O Estado do Pará e o Diário Oficial do Estado, mas, principalmente, os exemplares do periódico Folha do Norte, jornal comandado por Paulo Maranhão. Outros conjuntos documentais foram utilizados em menor quantidade, como livros publicados na época, que estão presentes no setor de obras raras da Biblioteca Pública Arthur Vianna, jornais disponibilizados na Hemeroteca Digital, da Biblioteca Nacional, dentre outros documentos utilizados durante o trabalho.
Paulo Maranhão x Magalhães Barata: Censuras, Intervenções e Políticas no Pará Durante a Era Vargas (1930-1945)
Marcos Bezerra Lima
Orientador(a)
Pere Petit Peñarrocha
Curso
História
Instituição
UFPA
Ano
2024