Traçando caminhos por entre a Antropologia Interpretativa e a História Oral a presente dissertação investiu interesses em etnografar os modos de vida e de luta de homens e mulheres marajoaras, usando como via de acesso a tais elementos a escuta e a observação de práticas que emergem em meio a invenção do preço do açaí in natura, envolvida com o passar-espalhar- tirar paneiros e a fruta, do Marajó à Belém. Para tanto, o trabalho de campo desenvolvido na localidade do rio Bacabal e adjacências, na Ilha do Pará, município de Afuá, ampliou-se em escala de observação até a chegada da fruta para comercialização na Feira do Açaí, em Belém do Pará. Transpassando deste modo pelo registro de saberes, gestos, etiquetas e práticas corpóreas, ou seja, táticas, acionadas por estes sujeitos marajoaras enquanto processos que figuram seus jogos de negociação para tirar e determinar o preço da fruta. Recorreu-se ainda à gramática nativa coletada em entrevistas, conversas informais e observações em campo e que auxiliaram na reafirmação do importante papel desempenhado pela tradição oral na existência destes indivíduos.
Passar-Espalhar-Tirar: Uma Etnografia do Existir de Peconheiros, Espalhadores e Passadores de Açaí do Rio Bacabal-Afuá/PA
Daniel da Silva Miranda
Orientador(a)
Agenor Sarraf Pacheco
Curso
Antropologia
Instituição
UFPA
Ano
2019