Skip to main content

“Nós, Os Educandos Artífices Paraenses”: Perfil e Trajetória dos Aprendizes do Instituto Paraense de Educandos Artífices (1872-1905)

7 de Abril, 2025 . Dissertações Raíssa Cristina Ferreira Costa

Em 1872, era inaugurado na província do Pará o Instituto Paraense de Educandos Artífices, um projeto pensado para atender meninos desvalidos da fortuna. Idealizado com o objetivo de “livra-los das garras da pobreza” por meio da instrução voltada para o trabalho, o instituto também correspondeu a uma demanda de trabalhadores especializados em artes de manufatura que se tornavam cada vez mais necessários no contexto de crescimento fabril, comercial e desenvolvimento urbano decorrentes do auge da extração da borracha. Durante seus 25 anos de existência, esta instituição que tinha caráter de internato, abrigou centenas de meninos pobres da cidade de Belém. Saber quem eram estes meninos para além de números no relatório da presidência é o objetivo deste trabalho. Privilegiando as turmas ingressantes nos quatro primeiros anos, a análise perpassa pela construção de um panorama das condições de vida destes sujeitos, durante e depois de sua passagem pelo internato profissional, sem deixar de lado as concepções que nortearam a criação do instituto. Sendo assim, utilizo de falas e relatórios dos administradores, discursos da elite intelectual a nível imperial e provincial; ofícios do diretor do instituto; jornais de orientação conservadora, liberal, republicana e eclesiástica. Também faço uso dos alistamentos eleitorais dos anos de 1892 e 1898 afim de obter informações acerca da vida adulta dos educandos egressos. De maneira geral, a metodologia aplicada é a prosopografia. Também denominada de biografia coletiva, teorizada por Lawrence Stone, o foco em grupos populares é um desafio ao qual se propõe. Sua práxis exige a definição de perguntas-chaves sobre grupo/objeto, neste caso os educandos do Instituto paraense da primeira metade da década de 1870, afim de elaborar um perfil coeso. De onde eram? Quantos anos tinham? De que se alimentavam? Onde dormiam? Quais aulas frequentavam? Que ofícios aprenderam? Atuaram como artífices? Tornaram-se eleitores? Essas e outras questões formam o rol de reflexões desta pesquisa que delimita o perfil e trajetória dos alunos egressos do Instituto Paraense de Educandos Artífices.

Autor(a)

Raíssa Cristina Ferreira Costa

Orientador(a)

José Maia Bezerra Neto

Curso

História

Instituição

UFPA

Ano

2021