O presente trabalho busca compreender as práticas e seus “para que” do tipo de relação amorosa denominada de namoro. Trata-se de uma revisão integrativa da literatura nas bases de dados: Scielo (www.scielo.br), Pepsic (pepsic.bvsalud.org), Lilacs (https://lilacs.bvsalud.org/), BVS Brasil (Brasil.bsv.br), Portal de Periódicos da Capes (www.periodicos.capes.gov.br) BDTD (bdtd.ibicit.br) e Google Acadêmico (scholar.google.com.br). Foram utilizados os descritores: “Namoro”, “Namorar” e “História”, onde não foi delimitado um período de tempo com o objetivo de encontrar uma maior variabilidade de materiais. Como critério de inclusão, destaca-se: estudos que tratassem de modo direto (em seu objetivo principal) ou indireto (em seu desenvolvimento) sobre as práticas do namoro ao longo da história no Brasil, sendo considerados como válidos artigos, dissertações, monografias, teses e trabalhos apresentados em eventos. Como critério de exclusão, não foram considerados estudos que não relatavam as práticas de namoro, tendo como enfoque outros objetivos que não o namorar (casamento, concubinato, família, etc). Ao todo, foram selecionados 15 materiais que foram catalogados por seus dados de identificação, realizada a leitura, análise e discussão dos achados, com os quais foi realizado o diálogo com a teoria de escolha para este estudo, a Logoterapia (escola de Viena fundada por Viktor Frankl). Os resultados apontam que o namoro enquanto tipo de relação não existia de maneira reconhecida e autorizada pela sociedade até meados do século XIX, o qual foi tomando diversas configurações e modos de ser vivido ao longo do tempo. As normas sociais, enquanto condicionantes, podiam ser priorizadas no campo das escolhas, mas dada a liberdade humana os “para que” são sempre possibilidades na busca de sentidos, quando compreendida a pessoa para além das dimensões biopsicossociais, sendo considerada a dimensão noética (facultativa). Foram identificados pontos em comum e divergentes nas formas de vivenciar o namoro, mas sobretudo destaca-se a importância de se preservar o espaço para a individualidade e autonomia dos que vivenciam esse tipo de relação.
Namorar e Seus “Para Que”: Propósitos e Práticas Desvelados em Estudos Nacionais
Gessica Lima dos Santos
Orientador(a)
Airle Miranda Souza
Curso
Psicologia
Instituição
UFPA
Ano
2020