A presente pesquisa pretendeu compreender as mulheres no contexto da violência conjugal e/ou familiar, que seriam as violências perpetradas pelo parceiro em uma relação íntima de afeto e ainda envolvendo violências contra seus filhos. Para isso, a pesquisa discutiu a temática dos papéis sociais, permeados pelas relações de poder, adentrando-se na construção de gênero, tipos de violências, legislações vigentes no enfrentamento deste problema social e as políticas públicas de auxílio jurídico-assistencial voltadas à mulher. Este estudo pretendeu então problematizar as formas de reflexão e construção da subjetividade das mulheres sob as variadas facetas das práticas de violências conjugal e/ou familiar. Mais especificamente, pretendeu-se refletir percursos e conquistas históricas de mulheres, analisar a violência envolvendo-as, fatores associados e políticas públicas abarcados nesta temática, além de descrever o papel e a rotina do Núcleo de Atendimento Especializado a Mulher vítima de Violência Doméstica (NAEM) vinculado à Defensoria Pública do Estado do Pará e, por fim, refletir, por meio das narrativas, como as mulheres subjetivam as vivências no contexto da violência conjugal e/ou familiar e suas interfaces. A pesquisa caracterizou-se por ser de cunho qualitativo, de campo, utilizando-se para análise dos dados as práticas discursivas de Mary Jane Spink; como instrumento de coleta de dados utilizamos a entrevista semi-estruturada, elaborada para este estudo. As participantes da pesquisa foram cinco (5) mulheres adultas que vivenciaram a violência conjugal e/ou familiar em uma relação heterossexual e que estavam em acompanhamento no NAEM. A análise das entrevistas permitiu perceber a pluralidade dos aspectos que envolvem esse tipo de violência; em destaque, os impactos nos filhos, sentidos inclusive, após a separação do casal. Destaca-se ainda os modos de subjetivar e (re)significar as vivências da violência pelas mulheres, através da busca por apoios social, religioso e profissional, a fim de enfrentarem e superarem as marcas deixadas, denotando justamente a possibilidade de se assumir posicionamentos identitários conforme o tempo e as experiências.
Mulheres, Violência Conjugal e/ou Familiar: Reflexões e Subjetividades
Manoella Canaan Carvalho Cleophas Cunha
Orientador(a)
Leandro Passarinho Reis Júnior
Leandro Passarinho Reis Júnior
Curso
Psicologia
Instituição
UFPA
Ano
2018