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Governamentalidade das Práticas de Educação Inclusiva na Unidade de Educação Especializada Profa. Yolanda Martins e Silva

14 de Abril, 2025 . Teses Evelyn Tarcilda Almeida Ferreira

Esta tese teve como objetivo problematizar a governamentalidade das práticas em contextos pedagógicos em uma escola pública de Belém, denominada Unidade de Educação Especializada Professora Yolanda Martins e Silva, notabilizada no atendimento de crianças, jovens e adultos classificados com deficiência intelectual. O objeto da pesquisa foram as práticas pedagógicas para uma educação inclusiva em seus paradoxos de medicalização e resistências às capturas biomédicas, sendo que se tornou relevante examinar como operam as tecnologias de poder-saber que suportam as práticas realizadas em uma escola inclusiva específica como uma forma de reflexionar os modos de existências que nela acontecem. Buscou-se pensar como se deu o governo das condutas, por quais dispositivos se tutelam as subjetividades, como se forjam práticas de cuidado de si realizadas enquanto (re)existência desmedicalizante a uma possível patologização da vida; e, por fim, descreveu-se como comparecem as contribuições da psicologia escolar e educacional a esse contexto pedagógico em correlação de forças. Como aporte metodológico, a pesquisa manejou com artefatos da arqueogenealogia de Michel Foucault, adotando como uma ferramenta para a produção de dados em arquivos, entrevistas no formato de roda de conversa com perguntas semiestruturadas com os coordenadores pedagógicos, professores, pais, mães e responsáveis da comunidade escolar e, ainda, analisaram-se alguns documentos do estabelecimento em que a pesquisa se deu. A fundamentação teórica apropriou-se de conceitos como biopoder, biopolítica, disciplina, relações de poder-saber, governamentalidade, análise de implicação, educação especial inclusiva etc. Verificou- se que as práticas de saber, de poder e de subjetivação sucedem em contextos psicopedagógicos voltados para pessoas classificadas com deficiência intelectual. A tese proposta nesse estudo é que o governo das condutas de estudantes considerados deficientes intelectuais operam por um Complexo Tutelar, articulando caridade, filantropia, assistencialismo, medicalização higienista patologizante. Porém, há resistências desmedicalizadoras no plano do cotidiano da escola pública de Belém denominada Unidade de Educação Especializada Professora Yolanda Martins e Silva, simultaneamente como arte da governamentalidade.

Autor(a)

Evelyn Tarcilda Almeida Ferreira

Orientador(a)

Flávia Cristina Silveira Lemos

Flávia Cristina Silveira Lemos

Curso

Psicologia

Instituição

UFPA

Ano

2016