O potencial da vasta cobertura florestal do Estado do Grão-Pará e Maranhão, região que abarca a maior parte do território da atual Amazônia brasileira, gerou interesse desde cedo ao colonizador europeu. A partir de meados do século XVIII a documentação do período registra uma intensa atividade de produção de madeiras na capitania do Grão-Pará, produzidas em fábricas instaladas nas proximidades dos rios Moju, Acará, Igarapé-Miri, Abaetetuba, Barcarena, vila do Conde, Maguari e Caraparú. Em diálogo com a historiografia e tendo como base fontes manuscritas e impressas, esse estudo busca analisar a intensa fabricação de madeiras na capitania e sua intrínseca participação no processo de colonização ao longo da segunda metade do século XVIII e início do XIX. Argumentamos que a atividade madeireira favoreceu o processo de colonização na capitania do Grão-Pará, sendo evidente a sua utilização no abastecimento dos Arsenais Reais da Marinha e do Exército na Corte, bem como esteve presente nos diversos aspectos da vida dos moradores como na construção de casas, móveis e embarcações, principal meio de circulação de pessoas e mercadorias naquele período.
Gente, Natureza e Colonização: Fabricação e Comércio de Madeiras na Capitania do Grão-Pará (1755-1808)
Regina Célia Corrêa Batista
Orientador(a)
José Alves de Souza Junior
Curso
História
Instituição
UFPA
Ano
2023