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Foucault e a Problemática do Governo nas Psicologias: Usos e Efeitos

15 de Abril, 2025 . Teses Igor do Carmo Santos

Esta pesquisa realizou uma investigação sobre alguns usos nas Psicologias da temática do “governo” presente na obra de Michel Foucault, sobretudo como esse tema aparece em sua obra a partir do ano de 1978, no seu curso intitulado Segurança, Território, População e que apresenta novas possibilidades de análise sobre a questão do “poder” já presente em trabalhos anteriores. O uso dessas análises em diversos campos das ciências humanas e sociais intensifica-se a partir da publicação dos seus cursos em formatos de livros, e no Brasil, isso passa o ocorrer principalmente a partir dos anos 2000. Com isso, este trabalho teve como principal objetivo historicizar e mapear os modos com os quais as práticas de escrita e pesquisa na Psicologia tem feito uso desse operador conceitual “governo” presente na obra de Michel Foucault nas produções acadêmicas da Pós-Graduação em Psicologia no Brasil. Para realizar esse empreendimento, utilizou-se da metodologia histórico-documental a partir das ferramentas da arqueologia e da genealogia de Michel Foucault na investigação dos usos de artefatos e documentos. Os documentos selecionados como fonte primária foram Teses desenvolvidas em Programas de Pós-Graduação em Psicologia dentre os anos de 2008 a 2020 e que traziam uma discussão dessa temática. Como resultado das análises, temos que a produção em Psicologia que têm feito uso da analítica foucaultiana para pensar os modos de governo de si e dos outros na atualidade, vêm permitindo uma leitura crítica das diferentes racionalidades e tecnologias que atravessam a governamentalização do estado brasileiro, pensando sobretudo às políticas públicas e a gestão de determinadas populações, tendo o saber psicológico como uma estratégia seja de controle, ou de produção de liberdades. Esses trabalhos apontam também as possibilidades de resistências aos modos dominantes de governo que têm se efetivado no cenário nacional. Defendemos a tese de que as práticas de governo das condutas presentes na Psicologia brasileira estão circunscritas aos paradoxos que permeiam a complexidade do jogo biopolítico entre o exercício de formas de controle da população e dos sujeitos pela segurança e/ou pela liberdade e que uma analítica dos modos de governo de si e dos outros no contemporâneo tem contribuído com uma posição crítica da Psicologia em uma ontologia histórica dos nossos modos de ser nesse tempo.

Autor(a)

Igor do Carmo Santos

Orientador(a)

Flávia Cristina Silveira Lemos

Flávia Cristina Silveira Lemos

Curso

Psicologia

Instituição

UFPA

Ano

2018