Este artigo descreve os processos de territorialização no Vaupés colombiano, a partir da ocupação do território por ordens religiosas e seringueiros no começo do século XX, até a declaração do Grande Resguardo do Vaupés como propriedade coletiva e inalienável dos povos indígenas que o ocupam, focando a atenção nas possibilidades de agência e resistência que os povos têm alcançado através das organizações indígenas, particularmente as Associações de Autoridades Tradicionais Indígenas (AATIs), organizações formalizadas diante do Estado colombiano. Acredito que, desde a segunda metade do século XX, o movimento indígena realiza uma gestão da etnicidade para alcançar direitos territoriais e liderar processos de territorialidade indígena. Com a ação das AATIs circunscritas ao resguardo, problematizo as interseções entre territorialização e etnicidade. Considero, também, algumas transformações culturais das sociedades indígenas que ocupam o Vaupés, em consonância com as situações de contato e com a progressiva expansão do Estado- nação em direção a essa área de fronteira. A partir da combinação de elementos históricos e etnográficos, eu ofereço um olhar para o associativismo no Vaupés, identificando alguns de seus desafios, com a ajuda dos relatos de pessoas ligadas à AATIs que compartilham suas experiências.
Experiencia de las Asociaciones de Autoridades Tradicionales Indígenas: Territorialización en el Gran Resguardo del Vaupés, La
Laura Sofia Fontal Gironza
Orientador(a)
Katiane Silva
Curso
Antropologia
Instituição
UFPA
Ano
2019