Esta pesquisa trata da relação das pessoas com as coisas que fizeram parte de suas infâncias, analisando os significados que transcendem a dimensão material, assim como os fatores que influenciavam nas brincadeiras recreativas na infância de pessoas que viveram em comunidades ribeirinhas no Marajó e que, atualmente, moram no município de Breves. Adicionalmente, propõe-se compreender como as práticas culturais são acionadas durante as atividades lúdicas, ao mesmo tempo em que se esforça em registrar e compartilhar as histórias e experiências presentes nas memórias destes sujeitos. Para alcançar uma compreensão mais profunda dessas memórias e da cultura material que as envolve, este estudo está situado em uma área onde as fronteiras entre antropologia e arqueologia se encontram, aproveitando as perspectivas conceituais e metodológicas de ambas as disciplinas. Participaram desta pesquisa 14 pessoas, sendo oito mulheres e quatro homens, com idades entre 50 e 98 anos, além de uma criança de 10 anos e uma adolescente de 12 anos de idade. Os resultados da pesquisa indicam que a memória e as coisas atuam juntas. Durante o processo de recordar eventos passados, as coisas têm o potencial de evocar memórias de momentos que fizeram/fazem parte da vida das pessoas com quem conversei ao longo do trabalho de campo. E ao observar como as coisas são tratadas, empregadas e relembradas, percebi que elas não apenas revivem memórias de infância, mas também reafirmam profundos laços afetivos. Assim, o presente estudo ajuda-nos a refletir sobre a importância das coisas na vida das pessoas, para além de suas funções técnicas, mas principalmente como ativos construtores de histórias.
Entre Memórias e Coisas: A Infância de Ribeirinhas(os) Marajoaras Contada Através de Brinquedos
Elayne Guimarães Dias Menezes
Orientador(a)
Marcia Bezerra de Almeida
Curso
Antropologia
Instituição
UFPA
Ano
2024