Belém, a capital do Estado do Grão Pará e Maranhão, viu acontecer, no século XVIII, uma série de encontros culturais e, porque não dizer, desencontros, que provocaram
mudanças na sua estrutura urbana e em sua sociedade. Na primeira metade, os (des)encontros ocorridos entre indígenas, negros africanos, mestiços e religiosos,
colocaram conhecimentos tradicionais e acadêmicos em contato. Na segunda metade, os (des)encontros acontecidos entre o núcleo urbano em formação, sua sociedade, sua
fauna, sua flora e o arquiteto italiano Antônio José Landi, momento em que a produção arquitetônico-artística do artista precisou ser adaptada às particularidades dos materiais, mão de obra e técnicas autóctones. Nos dois períodos, esses (des)encontros originaram uma obra significativa no que diz respeito às artes ornamentais e à arquitetura. Produtos nada puros, mas cheios de referências das matrizes que dessa mistura fizeram parte – brancos europeus, indígenas locais e negros africanos – adaptados à região, produtos da transculturação ocorrida. Dessa temática é que se ocupa esta tese, no sentido de observar esses possíveis encontros/desencontros e seus resultados, nos quais os trânsitos de saberes geraram produtos particulares a essa realidade.
Entre Garças, Conchas e Tinturas de Carajuru: História, Arquitetura, Arte Ornamental e Transculturação no Grão-Pará Setecentista
Domingos Sávio de Castro Oliveira
Orientador(a)
Aldrin Moura de Figueiredo
Instituição
UFPA
Ano
2017