Considerando que a identidade é autoatribuída e, hoje, reconhecida politicamente pela Carta Constitucional de 1988 e pela Convenção 169 da OIT, pode ser compreendida no campo relacional dentro da homogeneidade vivida e experimentada por povos indígenas que há muito vivem “desaldeados” em cidades “indianizadas”, como no caso de Altamira no Pará. A proposta busca compreender as diferenças e a contrastividade das pertenças e identidades étnicas de povos indígenas, que são chamados, considerados e/ou reconhecidos (embora sob forma de negar a condição de ser indígena) como “ressurgidos”, “resistentes” ou mesmo não-indígenas, na cidade de Altamira/PA, buscando apropriar-se da construção das identidades étnicas em relação às demais etnias, que permanecem nas aldeias ou não; e ainda em relação aos não-indígenas. A discussão e investigação do tema torna-se importante na calha do Rio Xingu por conta das movimentações políticas em face da implementação das obras de Belo Monte e pelo fato de indígenas dos povos xypaia e kuruaya estarem realizando formação escolar em nível superior a partir das políticas afirmativas, fato que produz marcas indeléveis nas histórias de luta e legitimação identitária dos povos indígenas, que se organizam em torno do sangue e da memória dos mais velhos para a elaboração das histórias indígenas e reafirmação das pertenças e identidades étnicas, marcando os processos de etnogêneses destes grupos étnicos na Amazônia brasileira.
“Eles São Indígenas e Nós Também”: Pertenças e Identidades Étnicas Entre Xypaia e Kuruaya em Altamira/Pará
Francilene de Aguiar Parente
Orientador(a)
Jane Felipe Beltrão
Curso
Antropologia
Instituição
UFPA
Ano
2016