O presente trabalho busca analisar a formação de meninos pobres, órfãos e desvalidos na Companhia de Aprendizes Artífices do Arsenal de Marinha do Pará, escola criada em 1871 para promover ensino, aprendizagem de primeiras letras e a profissionalização de um ofício em carpinteiro, carapina, fundição, ferreiro, calafate, entre outros. Para isso, a análise dos relatórios anuais apresentado pelo Ministro da Marinha à Assembleia Legislativa, os relatórios de Presidente da Província do Pará, as fontes do fundo Arsenal de Marinha do Arquivo Público do Estado do Pará (APEP) e os ofícios e relatórios de inspeção da escola presente na Série Marinha do Arquivo Nacional, localizado na cidade do Rio de Janeiro (AN), onde encontram-se boa parte da documentação relativo a instituição, são fundamentais para compreensão do objetivo proposto. No século XIX, o modelo educacional amplamente difundido pelos governos provinciais no processo de expansão da Instrução Pública Primária do Império, destinado à meninos desvalidos, foi aquele voltado para o ensino de ofícios. A Companhia de Aprendizes Artífices objetivava encaminhar meninos para formação de futuros operários que atendessem as necessidades e demandas das oficinas e construção naval do próprio Arsenal de Marinha que passava por um processo de reorganização e ampliação estrutural, questão que coaduna, portanto, com o projeto político dos dirigentes imperiais e locais em disciplinar a população livre e pobre – principalmente a criança – por meio de uma educação voltada para o trabalho através do ensino de ofícios, com o intuito de torná-los sujeitos úteis a sí e o Estado.
Educação dos Meninos Desvalidos na Companhia de Aprendizes Artífices do Arsenal de Marinha do Pará (1871 – 1880), A
Admarino Gonçalves de Matos Júnior
Orientador(a)
William Gaia Farias
Curso
História
Instituição
UFPA
Ano
2018