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Ecologia de Paisagem Aplicada à Análise Fitogeográfica dos Campos de Natureza do Município de Cametá – Pará

9 de Junho, 2025 . Dissertações Enivaldo Dias Monteiro

O presente estudo tem como objetivo conhecer as formações vegetais que ocorrem no topo de platôs de idade Plioceno/Pleistoceno, integrantes dos chamados Campos de Natureza de Cametá, município localizado no baixo curso do rio Tocantins, na região nordeste do estado do Pará, Amazônia. Os Campos de Natureza são protegidos pela legislação ambiental municipal, considerados como patrimônio natural, integrando tanto o Plano Diretor Municipal, como a Lei Ambiental Municipal. A indefinição acerca do que seriam os “campos de natureza”, em termos fitogeográficos e florísticos gerou grande dúvida na interpretação da legislação municipal criada para protegê-los, ao mesmo tempo, as formações vegetais estão sendo gradativamente alteradas e mesmo destruídas, por causa da intensa extração de areia que compõe o seu substrato, tendo em vista o acelerado processo de urbanização que passa atualmente o município de Cametá. O conceito de paisagem foi utilizado como norteador da pesquisa, em um contexto sistêmico, pois a paisagem é a unidade geográfica que integra elementos abióticos, bióticos e antrópicos, individualizados segundo as relações entre esses elementos que se organizam em um sistema, em constante evolução. Os procedimentos metodológicos incluíram o levantamento bibliográfico acerca das bases conceituais que integram a paisagem e as formações vegetais com os biótopos correspondentes, juntamente com inventários florísticos e fitossociológicos, geralmente empregados com sucesso na definição das diferentes formações vegetais, que integram os campos de natureza, além de sua caracterização fitofisionômica prévia. Os inventários totalizaram 14 pontos distribuídos por áreas conhecidas, informalmente, como Juaba, Côco, Carapajó e Curuçambaba. Os resultados mostraram que há duas formações vegetais diferenciadas que integram os “Campos de Natureza” – a Campina e o Cerrado – ambas em platôs com substrato arenoso, cujas espécies arbustivas e/ou arbóreas que as compõem são mutuamente excludentes, assim como as características fitofisionômicas e estruturais. Assim, a pesquisa definiu um mosaico de unidades de paisagem, com elementos fitogeográficos, composto por campinas e cerrados, cujas histórias evolutivas singulares devem ser consideradas para a criação e gestão de áreas protegidas, conforme a legislação municipal.

Autor(a)

Enivaldo Dias Monteiro

Orientador(a)

Cristina do Socorro Fernandes de Senna

Curso

Geografia

Instituição

UFPA

Ano

2011