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Do Desenho à Pintura: O Visualismo na Escrita de Clarice Lispector

31 de Maio, 2025 . Dissertações Elisama Fernandes Araujo Braga

Esta pesquisa objetiva traçar um diálogo interastístico entre desenho, pintura e escrita, tendo como recorte o visualismo presente em Água Viva e Um Sopro De Vida de Clarice Lispector. Para embasar esta pesquisa, convocamos os estudos do filósofo Georges Didi-Huberman por meio de seus livros O que vemos, o que nos olha e Sobrevivência dos vaga-lumes e os estudos de Gerd Bornheim a fim de fazer uma “revisão histórica” do ato de ver, e de Maurice Blanchot, no intuito de situar a questão da importância do olhar e do vazio que se abrem em decorrência disso, pois esse processo funciona como o propulsor das imagens presentes na narrativa clariciana. Nos apropriamos ainda dos estudos de Sônia Roncador com o propósito de discorrer sobre um efeito de deflação que ocorre nos textos claricianos da década de setenta, e, para isso, citamos Roland Barthes uma vez que o termo “deflação” aparece em seus ensaios críticos sobre as pinturas e desenhos do artista plástico norte-americano Cy Twombly. Michel Foucault e Walter Benjamin entram no diálogo a fim de discorrermos sobre a transformação que ocorreu na passagem da era clássica para a era moderna e quais implicações esse processo trouxe para a linguagem, no contexto da obra de Clarice Lispector. Também se faz presente nessa dissertação o estudo de Carlos Mendes de Sousa sobre a obra de Clarice Lispector, que renova a fortuna crítica clariciana, com o objetivo de dissertar em torno do tema sobre o visualismo e seus desdobramentos na relação entre palavra e imagem. Utilizaremos ainda o conceito de devir de Gilles Deleuze e Félix Guattari, para entendermos em que sentido o texto literário é uma composição que aponta para a escrita como devir e como a palavra em Água viva “devém-imagem”.

Autor(a)

Elisama Fernandes Araujo Braga

Orientador(a)

Mayara Ribeiro Guimarães

Curso

Letras

Instituição

UFPA

Ano

2016