Na Amazônia brasileira, em especial no Estado do Pará, a abertura das fronteiras ocorreu de maneira turbulenta e conflituosa, entre as décadas de sessenta e setenta, através dos grandes projetos agropecuários e desenvolvimentistas. Esse avanço da fronteira foi demandado pela institucionalização da “Operação Amazônia”, a partir do ano de 1966, o que permitiu a criação da Amazônia Legal. De fato, os grandes projetos agropecuários e desenvolvimentistas foram favorecidos pelos incentivos fiscais-financeiros da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (SUDAM); pela suporte dado pelo recém-criado Banco da Amazônia S/A (BASA); e, por conseguinte, pelos projetos de colonização agrícola que foram conduzidos, posteriormente, pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA). A presente Dissertação de Mestrado tem como principal objetivo, portanto, investigar por meio de uma perspectiva de compreensão histórica, a dinâmica de penetração, ocupação e avanço do capital na fronteira do Estado do Pará, a partir da “Operação Amazônia”, no período de 1966 a 1979. A metodologia utilizada para o desenvolvimento desta Dissertação de Mestrado envolveu o método dedutivo, pois procura compreender os fundamentos históricos da dinâmica de consolidação e expansão da fronteira em bases capitalistas no Pará; e, também, o método indutivo porque considera imprescindível conhecer o papel particular, porém preponderante, da “Operação Amazônia” no contexto de desenvolvimento do capital na fronteira da região. Ademais, a presente pesquisa fez uso de análise do tipo exploratória ao buscar o maior número possível de informações utilizando a técnica de pesquisa do tipo qualitativa, sendo que o corpo documental do trabalho foi composto por fontes manuscritas, documentais e impressas, ou seja, foram utilizadas fontes historiográficas e hemerográficas, imprescindíveis para a compreensão da fronteira em território paraense. Neste contexto, a historiografia social e econômica foram de suma importância para compreensão desses importantes fatos históricos. Quanto a questão do desenvolvimento, pode-se afirmar que os ditos “modelos de desenvolvimento econômico”, aqueles aplicados no passado para ocupação das fronteiras da região, fracassaram porque não foram capazes de incorporar a sociedade amazônica como a principal protagonista sóciopolítica de um verdadeiro desenvolvimento econômico, que exige equidade social, que seja economicamente sustentado e ecologicamente sustentável. Percebe-se, deste modo, que a fronteira deve ser compreendida como uma relação social de produção. Isso é assim porque a estrutura desta sociedade em construção no território da fronteira é dominada e influenciada (in)diretamente dentro dos termos que a ideologia do capital impõe; isto é, como uma relação social de produção capitalista.
Dinâmica do Capital e o Avanço da Fronteira no Pará: Uma Perspectiva de Compreensão Histórica a Partir da “Operação Amazônia” em 1966-1979, A
André Cutrim Carvalho
Orientador(a)
Pere Petit Peñarrocha
Curso
História
Instituição
UFPA
Ano
2021