representações de mulheres trans e travestis no jornal paraense Diário do Pará na década de 1980, anos considerados determinantes na construção de identidades e expressões de gênero desviantes da heterocisnormatividade. Com a queda da censura do regime militar, revoluções farmacêuticas e o interesse da mídia, os jornais apontam um “modismo” em torno da figura da travesti, da transexual, do transformista, entre outros sujeitos que são categorizados em meio a quebras e resistência terminológicas e identitárias. Ocorre, neste período, constantes tensões sociais, econômicas e étnicas entre a representação da mídia e o sujeito representado. Portanto, enquanto abordagem teórico-metodológica, a pesquisa utiliza a teoria queer, a qual é aliada aos pensamentos foucaultianos sobre poder e discurso enquanto prática, enquanto arcabouço teórico para analisar as reportagens do Jornal Diário do Pará. Assim, acrescido de um intuito de leitura a contrapelo das fontes do periódico, problematiza-se as estratégias de controle e
resistência em discursos midiáticos regionais no que tange a midiatização de corporeidades e vivências de mulheres trans e travestis. Sendo possível entender como a representação transfeminina é plural, marcada pela ambiguidade e apresentada enquanto fonte de violência física e simbólica, onde o ambíguo é apresentado enquanto fator essencial para o fascínio sobre pessoas transfemininas nas seções sobre shows, casos policiais, internacionais e política.
Diário das Trans: representações de mulheres trans e travestis no Diário do Pará (1980 1990), O
JÚLIO FERRO SILVA DA CUNHA NASCIMENTO
Orientador(a)
Cristina Donza Cancela
Instituição
UFPA
Ano
2023