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Diagnóstico de HIV Após 35 Anos do Início da Epidemia: O Olhar dos Usuários

24 de Abril, 2025 . Dissertações Rachel de Siqueira Dias

Em 35 anos de história, a propagação da infecção pelo vírus HIV no Brasil vem se revelando como uma epidemia de múltiplas dimensões e, ao longo do tempo, sofre muitas modificações em seu perfil. Sendo inseparáveis os aspectos médicos, dos aspectos sociais, mantendo-se ainda como um grave problema de saúde pública, apesar dos grandes avanços. Esta investigação teórica teve como conceitos âncoras a vulnerabilidade, visando verificar como as pessoas vivendo com HIV/aids (PVHA) vivenciam seu cotidiano após o diagnóstico, assim como compreender as necessidades específicas para um cuidado integral à saúde. A partir desse quadro, pergunta-se como é na atualidade para uma pessoa receber o diagnóstico reagente para HIV? O estudo se baseia na abordagem qualitativa, o locus da pesquisa foi o Centro de Testagem e Aconselhamento e o Serviço de Assistência Especializada em HIV/aids, de um município do interior do Pará. Utiliza-se o método da pesquisa participante, com 20 entrevistas em profundidade, coletadas de forma individual. O diário de campo, nesta pesquisa, possibilitou o aprofundamento das questões relacionadas as suas vivências. Os sujeitos da pesquisa foram pessoas vivendo com HIV/aids, que receberam seu diagnóstico no Centro de Testagem e aconselhamento, nos anos de 2015 e 2016, e que realizam tratamento no Serviço de Assistência Especializada, escolhidos aleatoriamente, de forma não probabilística, intencional e acidental, de ambos os sexos, acima de 18 anos, em uso de terapia antirretroviral. Os resultados apontam que as PVHA ainda hoje vivem em grande vulnerabilidade individual e social, por questões socioeconômicas , principalmente, por medo da descoberta de seu diagnóstico e da possibilidade de serem estigmatizadas e discriminadas. Observou-se que elas sentem-se cuidadas nos serviços de saúde especializados, sendo este um porto seguro, porém, demonstram receio de serem ligadas a estes locais. Sentem ainda medo dos serviços serem descentralizados ou até mesmo serem encerrados por conta de questões políticas. Há uma grande dificuldade das PVHA compreenderem-se como sujeitos e protagonistas de sua história, tal fato foi revelado nesta pesquisa como um fator que reflete na cidadania como um todo.

Autor(a)

Rachel de Siqueira Dias

Orientador(a)

Paulo de Tarso de Oliveira

Curso

Psicologia

Instituição

UFPA

Ano

2017