A presente tese teve como objetivo investigar se a relação entre desenvolvimento e temperamento de bebês variou em razão das características ambientais de dois contextos institucionais (abrigo e cárcere). Participaram do estudo 70 bebês, sendo 35 do abrigo e 35 do cárcere, 35 mães do ambiente carcerário e 10 cuidadoras do espaço de acolhimento. Os instrumentos utilizados foram a escala Bayley III de desenvolvimento infantil que avaliou o desenvolvimento cognitivo, comunicação receptiva e expressiva e desenvolvimento motor fino e grosso, o questionário sobre o comportamento do bebê que avalia o temperamento, o formulário de caracterização sociodemográfica dos bebês e dos cuidadores e, a observação direta do ambiente. Os resultados apontaram que os bebês do abrigo em relação ao temperamento tiveram um índice mais elevado na categoria afeto negativo, já os bebês do cárcere apresentaram características positivas em extroversão e controle com esforço. Ao se avaliar o desenvolvimento, os bebês do cárcere apresentaram um desenvolvimento na média quando comparado com os bebês do abrigo em todas as áreas avaliada. Percebeu-se que as relações afetivas, os estímulos ambientais e o aspecto físico da instituição foram indicadores primordiais para o desempenho do desenvolvimento dos bebês do cárcere. Já no abrigo, a rotina institucional, a sobrecarga de trabalho das cuidadoras e pouca interação das mesmas com o bebê, o elevado número de bebês para poucas cuidadoras e o abandono afetivo por parte da família refletiu no desempenho baixo dos bebês no temperamento e no desenvolvimento. O estudo concluiu que o desenvolvimento e o temperamento dependem de múltiplas variáveis, entretanto, a questão do cuidado e do afeto positivo tende a influenciar de forma benéfica na vida desses bebês em diversos aspectos.
Desenvolvimento e Temperamento de Bebês em Contextos Institucionais
Edson Júnior Silva da Cruz
Orientador(a)
Lilia Iêda Chaves Cavalcante
Janari da Silva Pedroso
Curso
Psicologia
Instituição
UFPA
Ano
2015