O objetivo deste trabalho é registrar e analisar as danças para pedir chuva entre os xi’oi (pame) de Sta. Mª Acapulco, grupo autóctono que habita na Sierra Gorda, San Luis Potosí, México. Através de uma abordagem multidisciplinar, são estudados os motivos, as coreografias, as técnicas corporais, a música, a parafernália, os personagens, o cenário, de duas tradições dancísticas antagónicas, pelo menos durante o século XVIII: Mitote e Malinche. Cada uma apresenta uma estrutura própria e está inscrita em um contexto diferente. Dançar em Mitote está fortemente enraizado em seu passado pré-hispânico; enquanto a dançar em Malinche apresenta as mesmas características do conjunto de festas introduzidas pelos colonizadores. Não obstante, a pesar de suas diferenças, ambas tradições são configuradas baixo no mesmo princípio. Este trabalho propõe que a linguagem corporal dos dançarinos desenha uma narrativa suficientemente ampla, que permite-nos entender a evangelização do xi’oi durante o século XVIII e mostra como a educação artística cristã impôs uma imagem corporal do renascimento que, pouco a pouco, é mesoamericanizado.
Danças entre os Xi’oi (Pames) de Sta. Maria Acapulco. Corporiedade, Gestualidade e Intransigência, As
Raúl Calderón
Orientador(a)
Márcio Couto Henrique
Curso
História
Instituição
UFPA
Ano
2018