Esta dissertação analisa a construção da noção de saúde e doença pelos Canela. Este povo falante de língua classificada no tronco linguístico jê, vive, atualmente, na aldeia Escalvado. A partir do estabelecimento do contato com o mundo não indígena o surgimento de problemas que afetam diretamente a construção do que denominam de corpo forte (Amorim Oliveira 2008), implicou na necessidade da introdução de serviços biomédicos por meio de políticas governamentais elaboradas para atender os povos indígenas. Essas políticas indigenistas de saúde foram sendo reformuladas ao longo do tempo, contudo ainda não atendem as necessidades dos povos indígenas. A análise está baseada em pesquisa empírica junto a Equipe Multidisciplinar de Saúde Indígena (EMSI) que atua no Polo-Base de Barra do Corda, observando a forma de transmissão, assimilação e a significação de conceitos e práticas do sistema ocidental de saúde e qual os resultados deste processo. Este Polo, situado na cidade de Barra do Corda – MA, atua como referência ao atendimento de média e alta complexidade do povo Canela, uma zona de contato onde ocorrem confrontos, oposições e conflitos entre dois modelos distintos de se pensar a questão da saúde que ocorre por meio da intermedicalidade. Os atendimentos efetuados no Pólo-Base só levam em consideração os saberes biomédicos, pois o conhecimento adquirido sobre as práticas de cura Canela não é suficiente para possibilitar a utilização destas práticas de forma segura e responsável.
Confronto Entre Conhecimentos Canela e Ocidentais no Âmbito do Corpo Forte, O
Carlos Lourenço de Almeida Filho
Orientador(a)
Edna Ferreira Alencar
Curso
Antropologia
Instituição
UFPA
Ano
2016