A instituição da Companhia Geral do Grão-Pará e Maranhão em 1755 visava suprir duas demandas: a introdução de cativos africanos e como consequência fomentar o comércio. Entretanto, uma das grandes preocupações da empresa monopolista se dava com a introdução dos gêneros amazônicos, mais conhecidos como “drogas do sertão”, sendo o cacau o mais famoso deles, nos circuitos mercantis e europeus através dos leilões que a referida empresa realizava a partir da chegada desses produtos no Reino. O presente trabalho busca analisar o comércio realizado em Lisboa com esses produtos. Partimos do argumento de que a Companhia de comércio favorece a inserção desses gêneros que eram arrematados por um grupo mercantil mais extenso de negociantes portugueses e estrangeiros, assim reexportando tais produtos para os mercados externos a Portugal. Para isso se valiam de suas redes de negócio já constituídas, aplicando seus cabedais na arrematação dos produtos nos leilões. Uma parte desse grupo se valia dos privilégios de estarem imbuídos na administração da referida empresa para açambarcarem esses gêneros, realizando o comércio de grosso trato. Entretanto, não eram apenas esses indivíduos que realizavam esse comércio de grosso por reexportação, os outros negociantes portugueses, mais abastados ou medianos, e os comerciantes e casas comerciais estrangeiras também arrematavam tais gêneros para o promoverem o comércio externo.
Comércio das “Drogas do Sertão” Sob o Monopólio da Companhia Geral do Grão-Pará e Maranhão (1755-1778), O
Frederik Luizi Andrade de Matos
Orientador(a)
Rafael Chambouleyron
Curso
História
Instituição
UFPA
Ano
2019