Neste trabalho analiso o tráfico de escravizados africanos e seus descendentes, para o Maranhão, no período de 1801 a 1850, com o intuito de caracterizar e demarcar o papel dessa atividade no fornecimento de mão de obra, além de identificar os impactos causados na dinâmica da capitania/província. Centrei meu estudo nas duas modalidades – tráfico atlântico e interno – uma vez que ambos eram responsáveis pelo deslocamento e abastecimento de mão de obra escravizada e defendo a tese de que o tráfico transatlântico se manteve, até meados dos Oitocentos para o Maranhão, apesar das medidas antitráfico implantadas no início do século XIX. A partir da análise de diversas fontes – entre elas a “The Trans-Atlantic Slave Database”, jornais, correspondências de membros do governo britânico e documentos oficiais existentes no Arquivo Público do Estado do Maranhão –, apresento características desse comércio: rotas, comerciantes envolvidos, disputas e jogos de interesses, além de algumas experiências das vítimas dessa atividade econômica. Busquei, também, identificar as mudanças e/ou permanências nesse comércio a partir da promulgação da Lei de 1831, que estabeleceu a proibição do tráfico transatlântico de escravizados no Brasil.
Comerciando Gente: O Tráfico de Escravizados no Maranhão (1801-1850)
Cristiane Pinheiro Santos Jacinto
Orientador(a)
José Maia Bezerra Neto
Curso
História
Instituição
UFPA
Ano
2021