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Cinema de Beiras: Produção de Narrativas Audiovisuais por Documentaristas do Baixo Tapajós

11 de Abril, 2025 . Dissertações Liendria Marla Malcher Silva

Partindo de um conjunto de documentários produzidos na região do baixo Tapajós entre 2007 e 2020 por cineastas locais, esta pesquisa propõe uma etnografia com base em dois procedimentos metodológicos, a análise fílmica e a etnobiografia. Trabalharemos, portanto, com três filmes e com as trajetórias de seus respectivos realizadores: A Margem (2008), de Carlos Matos, Memórias de Velho (2020), de Carlos Bandeira Jr. e O Sonho dos Antepassados (2011), de Clodoaldo Corrêa. O primeiro é migrante maranhense e chega ao baixo Tapajós na infância, o segundo é nascido em Santarém e antropólogo formado na região, e o terceiro é oriundo da Aldeia Andirá, de etnia Arapium. Entende-se que nessas narrativas audiovisuais articula-se uma gama de processos e discursos históricos, sociais, políticos e estéticos, inerente à apropriação de tecnologias advindas da modernidade em conjunturas de colonialidade do poder. Os filmes de beiras, tal como dispositivos cartográficos, produzem mapas abertos e polifônicos, a partir da expressão do olhar desses cineastas e tecem redes de relações com os atores sociais envolvidos na produção e em comunidades de cinema. Dessa maneira, aborda-se a agência dessas narrativas e seus efeitos na produção de regimes de memória. São, sobretudo, filmes feitos nas beiras, nas fronteiras, nas margens, do rio, da indústria cinematográfica e do regime de memória hegemônico. Refletindo o contexto de visibilidade dessas obras apontamos as potencialidades dessas imagens endógenas para o aprofundamento sobre a ideia de “Amazônia”.

Autor(a)

Liendria Marla Malcher Silva

Orientador(a)

Fabiano de Souza Gontijo

Curso

Antropologia

Instituição

UFPA

Ano

2021