Pesquisas arqueológicas têm revelado inúmeras informações sobre a ocupação humana antiga em Carajás, região pertencente à Amazônia brasileira e localizada no sudeste do Estado do Pará no Brasil. Os dados obtidos permitem levantar questões sobre as formas que os grupos humanos ocuparam e interagiram com seu ambiente em função de fatores culturais e econômicos. Essas pesquisas mostram, entre outras coisas, que existem um grande número de sítios arqueológicos em cavidades naturais em platôs da região e, com base na materialidade existente nesses lugares, indicam que alguns tiveram usos direcionados para atividades domesticas ou especiais. Porém, na maioria das vezes, essas inferências sobre a ocupação regional não levam em consideração o fato de as cavidades naturais serem elementos de grande potencial informativo sobre o contexto arqueológico da paisagem. As cavidades-sitio de Carajás integraram os contextos de paisagens vividas por grupos humanos antigos que ocuparam essa região em diferentes momentos históricos. E, portanto, são lugares que eram percebidos e utilizados por possuírem características físicas que, certamente, se adequavam a critérios sociais pré-definidos sobre o uso do espaço. Assim, considerando que a maioria das características físicas que tornavam esses lugares adequados para uso ainda se fazem presentes na paisagem de Carajás, a proposta deste trabalho foi identificar, através de analises estatísticas de dados arqueológicos e espeleológicos, levantados nas cavidades do Platô N1, a existência de características físicas peculiares às cavidades com diferente conteúdo arqueológico que pudessem demonstrar que a utilização desses lugares, pelas populações antigas, não foi resultado de escolhas casuais e sim de procuras conscientes.
Cavidades-sítio do Platô N1: Características dos Lugares Procurados Pelos Antigos Habitantes de Carajás
Carlos Augusto Palheta Barbosa
Orientador(a)
Diogo Menezes Costa
Curso
Antropologia
Instituição
UFPA
Ano
2021