Skip to main content

Caminhos do Sagrado: A Devoção e as Relações Geracionais e de Gênero na Festa de Todos os Santos no Quilombo de Jurussaca – Pará, Os

9 de Abril, 2025 . Teses Maria Helena de Aviz dos Reis

A prática etnográfica é essencial para desenvolver os trabalhos de campo e a imersão nas festas, em específico na Festa de Todos os Santos no quilombo de Jurussaca, que me permitiu desenvolver arcabouço para a produção desta tese. A etnografia contribui às descrições dos rituais, dos símbolos, das memórias, das orações, da materialidade das fitas, na comida, das emoções e sentimentos, das hierarquias políticas internas e regras sociais, das tensões e conflitos, dos sentidos de pertencimento e território produzidos na festa. Na centralidade da festa estão homens, mulheres, crianças, jovens, adultos e velhos que me ajudaram a reconhecer os lugares de tradição com suas especificidades, respeitando os direitos culturais destes grupos sociais e promover a valorização de suas vivências, seus saberes e costumes. No quilombo de Jurussaca, esses costumes são basilares para que as novas gerações se auto identifiquem dentro da dinâmica cultural pela qual transitam, firmando suas identidades e transformando os dias de rotina em festa. Nesse entremeio, estão as relações de gênero e geracional as quais são sustentadas nesta pesquisa como primordiais para a manutenção da festa da promessa, surgida há mais de oitenta anos e que ainda hoje, no quilombo e nas comunidades em seu entorno, é a que fortalece os laços identitários, socioculturais e religiosos, econômicos, políticos e, reafirma-se como fato social fundamental aos velhos e às outras gerações. Nessa inserção etnográfica na Festa de Todos os Santos, procurei por fios que me levassem aos lugares da escuta que levam em conta coortes, com entrevistas semiabertas, questionários e a etnografia que preconiza uma descrição minuciosa e densa do que se pretende investigar no campo da pesquisa. Vi e ouvi, que a devoção delas e deles saia do espaço familiar e transitava nas relações geracionais de outras casas. Dessa forma, busquei saber como se davam as conexões entre elas, eles e seus antepassados? Quais as histórias de vida e vivências reiteradas no cotidiano e que se constituem dimensões das práticas culturais e políticas identitárias daquele lugar? Até que ponto a Festa de Todos os Santos media a vida das pessoas, (re)constrói e (re)significa identidades? Transmite os saberes ditos tradicionais nas relações intergeracionais, demarca lugares e posiciona as relações de gênero? A tese traz, portanto, sua análise acerca das inquietações colocadas em foco no seu escopo.

Autor(a)

Maria Helena de Aviz dos Reis

Orientador(a)

Rosa Elizabeth Acevedo Marin

Curso

Antropologia

Instituição

UFPA

Ano

2023