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“Beatriz Era Mais Fêmea Que Mulher”: Feminilidade e Masculinidade Pela Imprensa de Belém (1940)

7 de Abril, 2025 . Dissertações Jessica Maria Pastana Moreira

Neste trabalho procuramos analisar os discursos sobre feminilidade e masculinidade, a partir das matérias dos jornais de Belém e outras capitais, que noticiavam e atualizavam diariamente seus leitores com informações sobre os crimes, prisão e morte da mulher chamada Beatriz da Conceição, no decorrer da década de 1940. A sociedade da época definiu espaços e comportamentos para mulheres e homens, a partir dos quais podiam estar na linha da ordem ou da desordem de acordo com valores e condutas. Assim, usando de mecanismos de controle, como diretrizes médicas e jurídicas, no intuito de manter a vigilância sobre os sujeitos e seus corpos, os discursos sobre os padrões de feminino e masculino era cotidianamente difundidos por meio dos jornais. De tamanha importância era que seguissem as normativas impostas, que os jornais de grande ou pequena tiragem: Folha Vespertina, Folha do Norte, O Estado do Pará, A Província do Pará, A Vanguarda e O Liberal, ao noticiarem as diligências sobre Beatriz, carregavam em suas narrativas, perspectivas parciais, juízos de valor em torno do que era permitido ou condenável à mulheres e homens. E nessa dinâmica discursiva sobre os padrões nos âmbitos público e privado – mulher de recato, mãe, prostituta, homem trabalhador, assassino, entre outros – a complexidade dos sujeitos nos possibilitou compreender as múltiplas feminilidades e masculinidades, considerando os marcadores sociais dos indivíduos, percorrendo ainda questões concernentes à sexualidade, crimes, honra, moral e violência.

Autor(a)

Jessica Maria Pastana Moreira

Orientador(a)

Cristina Donza Cancela

Curso

História

Instituição

UFPA

Ano

2022