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Autoeficácia para a Aprendizagem Autorregulada: Uma Análise das Percepções de Alunos dos Anos Finais do Ensino Fundamental

15 de Maio, 2025 . Teses Emmanuelle Pantoja Silva

Para alcançar sucesso acadêmico, é necessário que o estudante adote estratégias cognitivas, motivacionais, emocionais e comportamentais que auxiliem na compreensão dos objetivos estabelecidos e dos processos envolvidos. Para isto, é fundamental que se comprometam com a sua aprendizagem e o seu desempenho, neste ínterim, a autorregulação torna-se essencial, pois atua na gerência volutária e consciente do comportamento, ações, emoções e sentimento, com o intuito de gerar resultados positivos a partir dos objetivos estabelecidos e padrões gerais de conduta. No campo educacional, a autorregulação da aprendizagem determina o grau de proatividade e participação do estudante. Frente a este processo, estão as crenças de autoeficácia que estão relacionadas aos aspectos motivacionais, pois quando fortalecidas, as crenças auxiliam na antecipação, motivação e preparação para o curso da ação. E, nesta dinâmica, os processos volitivos assumem o controle, por desencadear aspectos motivacionais e despertar o interesse pela tarefa, sendo forte preditora do desempenho acadêmico satisfatório. Objetivos: Com base nessa argumentação, este estudo objetivou analisar a percepção de estudantes do ensino fundamental quanto à autoeficácia para autorregulação da aprendizagem. Para alcançar este objetivo, foram traçados mais três, quais sejam: (i) Elaborar um mapeamento das publicações, de 2015 a 2021, das pesquisas sobre a autoeficácia para a aprendizagem autorregulada (Artigo 1); (ii) Avaliar as crenças de alunos dos últimos anos do ensino fundamental quanto à autoeficácia para autorregular suas aprendizagens (Artigo 2); (iii) Avaliar as percepções sobre a autoeficácia para a aprendizagem autorregulada de alunos, dos últimos anos do ensino fundamental, com crenças fortes e vulneráveis de autoeficácia para aprendizagem autorregulada, sobre o desempenho escolar (Artigo 3). Metodologia: No geral, trata-se de um estudo de natureza quantitativa e qualitativa, que foram abordados de forma exploratória e descritiva. Os procedimentos técnicos são do tipo (i) Bibliográfico, por meio de uma revisão de escopo, foi realizado um levantamento das pesquisas publicadas acerca da autoeficácia para a aprendizagem autorregulada (Artigo 1); e, de (ii) Levantamento (e-survey), foram utilizados tablets para coleta de dados de 1.455 estudantes do ensino fundamental II de 5 cidades de São Paulo, Pará e Rio de Janeiro. O instrumento utilizado foi uma versão curta e adaptada da Escala Multidimensional de Autoeficácia Percebida, contendo 27 itens com 7 dimensões, do tipo Likert de 5 pontos (Artigo 2). No Artigo 3, de cunho qualitativo, 104 estudantes respoderam a duas perguntas acerca da percepção dos pontos fortes e fracos em relação aos aspectos que precisam ser melhorados no contexto escolar. As respostas foram analisadas com base na Teoria dos Grafos, especificamente pela métrica degree, construída a partir do NodeXL (extensão do Excel). Vale ressaltar que esta tese colaborou com o projeto “Sucesso Escolar: em busca de estratégias para o fortalecimento de crenças de eficácia”, com o apoio da Fundação Carlos Chagas e da Fundação Itaú Social. Resultados: No Artigo 1, com um intuito de realizar um levantamento da literatura, por meio de uma Revisão de Escopo. A partir de um protocolo previamente definido, foi realizado um mapeamento sistemático acerca das publicações de 2015 a 2021, sobre a autoeficácia para a aprendizagem autorregulada. Os resultados iniciais foram de 5.811 artigos, no entanto, foram aplicados os critérios de exclusão e inclusão, que resultou em apenas 8 artigos. No Artigo 2, observou-se que as crenças dos estudantes acerca da autoeficácia para a aprendizagem autorregulada estão satisfatórias, quando apontam, na maior parte, que se sentem capazes de se concentrar em sala x (42,2%), organizar e planejar o que precisa fazer em relação às coisas da escola (38,5%), corresponder as expectativas dos pais (39,7%) e dos professores (42,6%) e outros. No Artigo 3, os resultados apontam diferentes níveis de autoeficácia, os dois grupos estudados demonstraram convergência em pontos que podem dificultar o desempenho escolar, em menor ou maior intensidade, tais como: conversas, amizades, questões emocionais, brigas, insegurança e outros, ora se mostra como pontos fortes e fracos, a depender das crenças dos estudantes. Considerações Finais: Os dados demonstram que o senso de autoeficácia dos alunos está fortalecido quanto a esses aspectos, porém entende-se que os construtos da autoeficácia e autorregulação da aprendizagem mesmo quando combinados, não são suficientes, pois somente se sentir capaz não efetiva a aprendizagem, o estudante precisa criar e estabelecer metas, bem como planejar o curso da sua aprendizagem, colocando em prática suas ações. Tais estratégias auxiliam o estudante a persistir diantes das dificuldades, selecionando fatores favoráveis para sua aprendizagem, bem como edificando suas fontes de autoeficácia. Para pesquisas futuras, sugere-se que sejam analisados aspectos regionais, elaborando-se um comparativo entre as regiões pesquisadas e estender a pesquisa para compreender os principais fatores que contribuem para a autoeficácia para a aprendizagem autorregulada. Como limitação, observou-se que a descontinuidade, devido a Pandemia da Covid-19, na pesquisa dificultou a análise qualitativa da amostra e por regiões.

Autor(a)

Emmanuelle Pantoja Silva

Orientador(a)

Maély Ferreira Holanda Ramos

Curso

Educação

Instituição

UFPA

Ano

2023