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“Aqui Não Dá Nada! Não Dá Peixe, Não Dá Camarão, Não Dá Fruto!”: A Percepção dos ‘Filhos de Barcarena’ (PA) Sobre os Megaprojetos de Alumínio e Caulim

11 de Abril, 2025 . Dissertações Leonardo de Souza Silva

Centros hegemônicos ocidentais instauraram modelos universais de modernidade, cujos processos e práticas separam a humanidade e a natureza, gerando o aval para a manipulação de bens naturais. Como exemplo, temos a América Latina, em especial o Brasil, que a partir do ano 1960, pensando em lucros imediatos, pautou sua economia na retirada de minérios, cujo investimento e destino são definidos pelo capital estrangeiro. Nesse sentido, territórios são reconfigurados de acordo com interesses políticos e empresariais sob o discurso do progresso e do desenvolvimento. Algumas dessas modificações se dão por meio de megaprojetos de mineração, que produzem impactos socioambientais que modificam o cotidiano dos moradores do entorno. Na Antropologia, estudos sobre megaprojetos e suas perturbações são recentes, porém necessários. Sendo assim, a presente pesquisa está pautada em informações adquiridas por intermédio de etnografia e conversas informais, traça a história de sujeitos tradicionais do município de Barcarena, Estado do Pará, e suas relações para com as mineradoras instaladas na região. Há problemáticas socioambientais em torno das indústrias, há deslocamentos, inchaço populacional e desastres ambientais, assim como outros transtornos que modificaram as vidas dos moradores das comunidades mais próximas das empresas e suas bacias de rejeitos. Em suma, há narrativas sobre perdas e ganhos, e novos estudos nesses contextos colaboram para a identificação de quem são os vencedores e os perdedores.

Autor(a)

Leonardo de Souza Silva

Orientador(a)

Fabiano de Souza Gontijo

Curso

Antropologia

Instituição

UFPA

Ano

2020