O objetivo desta pesquisa é investigar o aprender poético presente na obra Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa, tendo como fio condutor o sentido do pensar, como um deixar-se atingir pela questão fundamental do humano enquanto ser-no-mundo, exposto no caminho de sua constituição ontológica pela linguagem originária, no constructo ontológico da personagem Riobaldo. Nesse sentido, pretende-se pesquisar o sentido poético originário que é tecido na obra-prima de João Guimarães Rosa, para situá-la como uma narrativa poético-educadora, ou seja, aquela que é poética porque realiza a verdade ontológica do ser e que é educadora porque realiza o humano como cuidador dessa verdade, como ente, cuja essência é ser-no-mundo. Não o humano como experiência entificadora, no interior das condições predeterminadas de uma ciência, considerado um sujeito formal do conhecimento, mas que somente pode ser encontrado na situação finita do entre-ser e que se realiza como transcendência finita. Propõe-se observar a obra Grande Sertão: veredas como uma narrativa cosmogônica que introduz o aprender poético como linguagem originária, revelando, na trajetória de Riobaldo, a travessia hermenêutica do aprender, como tarefa de um pensar questionante que realiza o humano no mundo. Mostrar, também, que a narrativa rosiana é poética, pois atravessa a palavra em uso instrumental, revelando, com isso, a linguagem originária como expressão poética. A linguagem é poética porque revela o próprio oculto na impropriedade da existência no mundo. É a expressão do poeta-pensador, porque toda linguagem é, originariamente, poesia.
Aprender Poético na Obra “Grande Sertão: Veredas” de João Guimarães Rosa, O
Marcos Roberto Pinho Palheta
Orientador(a)
Antônio Máximo Von Shosten Gomes Ferraz
Curso
Letras
Instituição
UFPA
Ano
2019