Com o crescimento do fluxo informacional no meio virtual, vemos crescer os ataques antifeministas na internet, sobretudo, em redes sociais que permitam a rápida disseminação dos mais variados tipos de ideias. Esta pesquisa se desenvolve nesse contexto, buscando responder às seguintes indagações: de que forma o ataque antifeminista tem se manifestado em redes sociais na internet? Como explicar o antifeminismo? Como se faz validar o discurso antifeminista em nossa sociedade? Para responder a estas questões, a pesquisa propõe uma investigação analítica direta dos comentários de uma postagem de uma página antifeminista no Facebook, utilizando como alicerce metodológico o construcionismo. O objetivo geral proposto é o de problematizar as construções do discurso antifeminista no cotidiano de uma página do Facebook. Como objetivos específicos, esta pesquisa busca: 1) caracterizar o antifeminismo em nossa sociedade; 2) identificar as nuances antifeministas do espaço virtual do Facebook; e 3) problematizar sobre a militância feminista atual como forma de enfrentar o antifeminismo. Afim de cumprir estes objetivos, a pesquisa lançou mão de uma metodologia construcionista social, focada nas práticas discursivas e produções de sentido, utilizando o procedimento da netnografia para a produção de dados. Selecionou-se uma postagem da página de Sara Winter, figura pública que se autodeclara “ex-feminista”, que contém um vídeo transmitido ao vivo pela própria Sara. Foram produzidos dados através dos comentários da postagem, os quais foram divididos em duas grandes categorias: Encruzilhadas de corpo e de alma e “Mas que mulher indigesta, merece um tijolo na testa”. A primeira categoria contou com comentários sobre aparência física e saúde mental de mulheres feministas, e a segunda categoria contou com comentários sobre incitação à violência física e psicológica de feministas e expressões de lesbofobia. Dessa forma, foi possível montar um quadro de violência contra a mulher feminista na internet. A pesquisa também proporcionou novas (in)conclusões sobre os caminhos do movimento feminista e lançou um questionamento importante acerca das violências sofridas por militantes feministas em meio virtual: o que ocorre com as mulheres feministas vítimas de violência na internet?
Antifeminismo no Facebook: Um Estudo sobre Violência Contra a Mulher na Internet
Jéssica Modinne de Souza e Silva
Orientador(a)
Maria Lúcia Chaves Lima
Maria Lúcia Chaves Lima
Curso
Psicologia
Instituição
UFPA
Ano
2018