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Aluno Saudável: Análise das Práticas de Governamentalidade em Políticas de Saúde na Escola Pública no Brasil de 2003 a 2012, O

22 de Abril, 2025 . Dissertações Leila Cristina da Conceição Santos Almeida

Nesta pesquisa trago à discussão os mecanismos de poder em Foucault que analisam os dispositivos disciplinares e biopolíticos como delimitadores da problemática da produção de práticas de docilidade e de utilidade sobre a vida do aluno. Das análises dos documentos do Programa Saúde na Escola (PSE) do Governo Federal, emergem séries discursivas como formas de constituição do sujeito induzidas por práticas que engendram domínios de saber, fazendo aparecer novos conceitos e novas técnicas para maior funcionalidade do corpo. Da aliança entre os interesses políticos do Estado com os saberes médicos e pedagógicos, diversos aspectos da vida são colocados em evidência e o sentimento e a vontade são atravessados por categorias produtivistas que organizam as histórias individuais pelo ritmo das necessidades econômicas globais e pelo ritmo das tramas micropolíticas. O corpo do aluno se insere num conjunto de necessidades, de rigor e de prescrições, seja por esquadrinhamentos de sua subjetivação atual seja pela criação de possibilidades de investimentos em seu futuro. Por meio da análise documental e bibliográfica, apoiada pela problemática foucaultiana dos dispositivos do biopoder e das práticas de governamentalidade, busquei tensionar a produção do “aluno saudável” enquanto objeto dos investimentos públicos atuais como forma de organizar a vida de determinados grupos sociais. Grupos estes que escapam a certas formas de gestão sobre a vida da população para, assim, produzir séries regulares de integração aos pressupostos sociais desejáveis. Para tal, problematizei a realidade política e econômica atual do capitalismo, na qual há orientações e atualizações de “necessidades” produtivas e de investimento na vida social que materializam modulações de poder menos regimentar e mais flexível sobre o corpo. E ainda, trago à discussão a interface saúde e escola como estratégia econômica e política do governo que se apoia no saber científico-biomédico como efeito de verdade. Nessa interface a produção da saúde é pensada no link com outros discursos oficiais, como: a diminuição da pobreza e o aumento do índice de escolarização básica da população. Por fim, as estratégias de cuidado com a saúde, além de filiadas a um conjunto de graus de normalidades biomédicas e mercadológicas, estão inscritas como práticas de gestão do risco social.

Autor(a)

Leila Cristina da Conceição Santos Almeida

Orientador(a)

Alcindo Antonio Ferla

Flávia Cristina Silveira Lemos

Flávia Cristina Silveira Lemos

Curso

Psicologia

Instituição

UFPA

Ano

2014