Esta pesquisa se ocupa do comportamento profissional e sociopolítico dos militares na Amazônia através da atuação dos oficiais subalternos da Marinha de Guerra. Defendo a tese de que os tenentes foram os agentes centrais da Marinha na Amazônia, os quais promoveram as transformações da instituição e do comportamento dos militares no Brasil. O recorte cronológico é demarcado pela criação da Flotilha do Amazonas, primeira unidade militar da era do vapor na região em 1868 e pela revolta tenentista de 1924 no Amazonas e Pará. As relações militares foram estudadas através das ações parametrizadas em cinco categorias: combativa, política, burocrática, intelectual e insurgente. Enveredo pelo estudo do poder simbólico e da representatividade da autoridade desses militares quando da atuação da força naval. Discuto o desenvolvimento da autoridade burocrática federal dos tenentes tanto no preenchimento das lacunas de autoridades e forças militares nas áreas de menor ocorrência destas como no aperfeiçoamento da autoridade na mobilização e combate. A ação intelectual foi discutida pela análise das funções de produção, circulação e divulgação do conhecimento técnico, doutrinário e científico na Revista Marítima Brasileira e nas ideias apresentadas pelos oficiais subalternos para mudanças na instituição. Discuto a insurgência como apreensão da guerra revolucionária em 1924 por eles e como dimensão prática do intervencionismo militar para o século XX. Adotei um recorte multigeracional dos sujeitos de modo a estudar ações de diferentes tenentes no período analisado, realizando levantamentos quantitativos para ponderar os impactos da análise sobre a Marinha como um todo. Comparando os tenentes da Amazônia aos almirantes do Rio de Janeiro pelas especificidades e centralidade das funções desempenhadas, defendo que a realidade amazônica foi um laboratório para as camadas de subalternos da Marinha.
Almirantes dos Rios: Relações Sociais, Poder e Combate na Amazônia (1868-1924), Os
Pablo Nunes Pereira
Orientador(a)
Willian Gaia Farias
Curso
História
Instituição
UFPA
Ano
2021