Este estudo, fruto de um projeto de pesquisa Mãe financiado pelo CNPq, investigou a compreensão sobre Saúde Sexual e Reprodutiva de mulheres negras em idade reprodutiva atendidas nos serviços da Unidade Básica de Saúde do Marco. Os aportes teóricos examinados na revisão de literatura foram Gênero, Sexualidade, Racismo e modos de subjetivação, interseccionalidades e Marcadores sociais na Saúde, Clinica ampliada e Abordagem Gestaltica. A pesquisa foi desenvolvida a partir da abordagem qualitativa, de enfoque fenomenológico- hermenêutico gestáltico ancorando-se na análise do discurso de Paul Ricoeur (1988) e tendo como suporte o Fluxograma elaborado po Pimentel (2011b), que priorizou abranger a experiência relacional sobre saúde sexual e reprodutiva, relações de gênero, a questão racial, assim como aspectos sobre reprodução e sexualidades. As informantes foram 04 mulheres negras (pelo critério da auto afirmação), atendidos no setor de Pré natal e Planejamento familiar. Foram realizadas entrevistas semidirigidas e gravadas em áudio que, após transcrição, foram transformadas em textos e analisadas, A partir do referencial teórico citado anteriormente que foram figuras para a análise e tendo como fundo a perspectiva gestáltica. Os resultados mostraram que os discursos das usuárias entrevistadas estão marcadas por relatos sobre violência de gênero, especialmente a violência psicológica. Em relação dos processos de subjetivação sobre a questão racial, algumas vivenciaram diversas formas de racismos, assim como presentificam-se a ausência de conceitos positivos sobre a auto imagem da mulher negra ou do pertencimento racial, A saúde sexual e reprodutiva ainda é permeada pela lógica biomédica e pelo ciclo gravídico puerperal, e as práticas de cuidado ainda permeadas pelo sexismo e o patriarcado influenciando o exercicio e a autonomia do autocuidado; a presença de racismo institucional implicíto que desconhece o marcador social cor / raça enquanto fator para o atendimento em saúde também é visível nos dados quantitativos que dão suporte a nossa análise. Este trabalho ressalta a importância de mudanças sobre a nova lógica do paradigma da saúde integral, da equidade, da relação entre saúde e direitos humanos sobre a perspectiva da clinica ampliada.
Abordagem Gestáltica e Hermenêutica da Saúde Sexual e Reprodutiva de Mulheres Negras na Atenção Básica, A
Rogerio Tavares da Cruz
Orientador(a)
Adelma do Socorro Gonçalves Pimentel
Curso
Psicologia
Instituição
UFPA
Ano
2015