A partir da década de 1990, observou-se uma série de transformações significativas no campo educacional, particularmente na América Latina, incluindo o Brasil e o Chile. Essas mudanças foram impulsionadas por reformas educacionais profundas, que buscaram responder aos desafios e às exigências impostas pelo contexto global, especialmente diante da globalização e do avanço das tecnologias de informação. A formação continuada de professores é amplamente reconhecida na literatura pelos organismos internacionais para suprir as lacunas na formação inicial. Na América Latina, essa área ganha destaque pelas frequentes orientações de organismos internacionais, com estudos e relatórios significativos, principalmente da UNESCO, que tem presença em países como o Brasil e o Chile. Estes, compartilhando históricos de ditaduras militares e tendências neoliberais, ilustram como influências externas e contextos regionais se entrelaçam na formação docente, ressaltando a importância de políticas educacionais adaptadas a essas realidades específicas. Esta pesquisa tem como objetivo geral analisar a influência dos documentos da UNESCO nas políticas de formação continuada de professores na América Latina, com foco nas similaridades e diferenças entre Brasil e Chile. A metodologia empregada neste estudo foi uma abordagem comparativa, conforme destacado por Civatta (2009). Para a coleta de dados, utilizou-se um levantamento de documentos normativos do Brasil e do Chile, além de relatórios e diretrizes da UNESCO. Também foram consultadas fontes de literatura secundária relevante. Para a análise desses dados, recorreu-se à técnica de análise documental, conforme proposta por Shiroma, Campos e Garcia (2005), a fim de alcançar uma compreensão mais profunda das políticas educacionais e da formação continuada de professores nos dois países em estudo. Os resultados da dissertação revelam uma influência marcante da UNESCO nas políticas de formação continuada de professores na América Latina, especialmente no Brasil e no Chile. Este impacto é evidenciado pela adoção de diretrizes e práticas educacionais que refletem as recomendações e padrões internacionais estabelecidos por este Organismo Internacional. A pesquisa destaca como essas políticas influenciam diretamente a prática pedagógica, o desenvolvimento profissional dos docentes e as abordagens curriculares nos dois países. Além disso, identifica desafios e oportunidades associados à implementação dessas políticas, evidenciando a complexa relação entre as normativas internacionais e as realidades educacionais locais. A pesquisa conclui que, apesar das diferenças contextuais, Brasil e Chile compartilham desafios similares na implementação de políticas de formação continuada de professores. A UNESCO desempenha um papel influenciador no direcionamento dessas políticas, atuando como um agente de padronização e influência na educação global. Por fim, ressalta-se a importância da formação continuada para o desenvolvimento profissional dos docentes e a melhoria da qualidade da educação básica na América Latina com base em uma perspectiva emancipatória.
A UNESCO e as Políticas de Formação Continuada de Professores para a Educação Básica na América Latina: Aproximações entre Brasil e Chile
Eduarda de Assunção Pacheco
Orientador(a)
Arlete Maria Monte de Camargo
Curso
Educação
Instituição
UFPA
Ano
2024