A temática desta pesquisa é a formação de professores, que, no contexto das reformas estruturais, é apresentada com ênfase no discurso dos organismos multilaterais, que veiculam sua importância quanto ao equacionamento das necessidades formativas e à elevação dos níveis de qualidade educacional dos países. O Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (Parfor) constitui o objeto deste estudo, cuja análise se efetiva a partir das determinações estruturais que configuram esse programa de formação docente, em serviço, imputando-lhe nova concepção e efetivando mudanças na formação de professores. A questão central deste estudo consistiu na investigação da relação existente entre o desenvolvimento do Parfor e o regime de colaboração, no Estado do Pará. Adotou-se o referencial teórico-metodológico crítico, que considera o contexto das relações políticas, econômicas, sociais e culturais que configuram as políticas de formação de professores e possibilitam desvelar as contradições presentes na materialização do Parfor, assim como as mediações necessárias ao objeto de estudo, analisando o conhecimento enquanto uma totalidade. Para tanto, as técnicas utilizadas foram entrevistas semiestruturadas, questionários e análise de documentos oficiais, sendo todo o material coletado submetido à análise de conteúdo. O campo empírico do estudo foi composto por 04 (quatro) gestores do Parfor no Estado do Pará (dois Coordenadores Estaduais; Coordenadora Adjunta da IES/UFPA; Representante do Sindicato dos Trabalhadores em Educação – SINTEPP/PA) e oito professores cursistas do Parfor/UFPA. Os resultados apontados neste estudo sugerem a vinculação do Parfor ao projeto neoliberal, difundindo os princípios da gestão gerencial e produtivista. Para este propósito, contou com o consentimento ativo de gestores e professores em formação. A concepção de formação identificada no PARFOR se pauta na formação pragmática, focal, e dissocia a perspectiva da educação como direito de todos, e de qualidade socialmente referenciada. O estudo constata, ainda, fragilidades na efetivação do regime de colaboração no desenvolvimento do Programa, visto que os acordos firmados pelos entes federados se pautaram por ações estanques e não cooperativas, evidenciando ausência de regulamentação do regime de colaboração, com implicações ao desenvolvimento do Plano de Formação Docente (Parfor) no Estado do Pará.
Plano de Formação Docente/Parfor e a Inter-Relação com o Regime de Colaboração no Estado do Pará, O
Edinilza Magalhães da Costa Souza
Orientador(a)
Olgaíses Cabral Maués
Curso
Educação
Instituição
UFPA
Ano
2018