Esta pesquisa teve como objeto-problema a resistência à Lgbtqia+fobia no contexto escolar. Partiu da análise do cotidiano experimentado por situações de preconceito e discriminação onde repercutem processos de opressão, dominação, violência e operam na mediação histórico-cultural na formação da subjetividade de alunos que se autodeclaram dissidentes sexuais. Esta realidade ganha especial contorno com a explicitação dos processos de exclusão, inclusão-excludente e sofrimento de adolescentes em uma escola pública estadual do município de Capanema, Nordeste do estado do Pará. Foi proposto nesse trabalho de Mestrado em Psicologia analisar os modos de subjetivação e resistência frente às condutas lgbtqia+fóbicas no território escolar; analisar os sofrimentos decorrentes e os modos de resistências realizados como política de garantia, promoção e defesa de direitos pela escola e gestão da educação; por fim, delineou-se um mapeamento de como a escola vem trabalhando as questões concernentes à Lgbtqia+fobia e o enfrentamento à mesma na realidade específica de Capanema-PA. A metodologia utilizada foi a pesquisa de campo de cunho qualitativo com o uso de algumas contribuições da genealogia. Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas e o diário de campo com a participação da pesquisadora como articuladora política de combates à lgbtqia+. Adotou-se como marco teórico-metodológico os escritos de Foucault (2001; 2015), Louro (1997; 2000; 2006; 2009), Junqueira (2007; 2009), Gonzalez (2015), Minayo (2012) e os estudos sobre interseccionalidade. A análise das práticas por meio da genealogia de Michel Foucault trouxe eixos de problematização por meio das ferramentas metodológicas do saber, poder e subjetivação. As práticas de discriminação, preconceito e resistências foram abordadas para descolonizar ações que eram repetitivas e traziam intendo sofrimento no que tange à construção de insurgências políticas. Questionamos as colonialidades de gênero, de sexualidade. A pesquisa teve relevância social e acadêmica por proporcionar a reflexão do papel social da escola como mecanismo que pode romper a hegemonia heterossexual e conservadora manifestada nas sociedades contemporâneas.
Resistência de Subjetividades Insurgentes à Lgbtqia+fobia no Contexto Escolar
Cristina Simone de Sousa Reis
Orientador(a)
Leandro Passarinho Reis Junior
Curso
Psicologia
Instituição
UFPA
Ano
2020