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Reflexões sobre a Intolerância Política nas Postagens da Comunidade Canal Púrpura

25 de Abril, 2025 . Dissertações Janaina Loureiro da Costa

Os discursos intolerantes feitos nas redes sociais têm tomado dimensões extensas e são socializados de diversas maneiras que possibilitam a construção de várias formas de diálogo. O compartilhamento dessas informações configura uma forma de discurso midiático, assim como a utilização das ferramentas de interação existentes no Facebook, como o curtir e o comentar. O uso dessa rede social, no cotidiano dos humanos, teria como uma de suas propostas principais a integração entre os usuários com a união em solidariedade de causas coletivas que promovessem o bem-estar global. Porém, os discursos desrespeitosos também são verificados nesse meio virtual. Esta pesquisa envolveu a abordagem a respeito das reflexões sobre a intolerância política nas postagens da comunidade Canal Púrpura, uma rede social pertencente ao ciberespaço que propõe atividades interativas sobre diversos temas atuais e recorrentes. Nessa comunidade, detectamos discussões e debates com a manifestação de atitudes intolerantes. O fenômeno dos discursos intolerantes foi abordado com base no diálogo e na expressão da Alteridade, Ética e Sociedade do Espetáculo. A busca no ciberespaço ocorreu por meio da Análise das Redes Sociais (ARS), uma ferramenta que possibilita a localização de interações publicadas por haters na comunidade Canal Púrpura, cuja palavra-chave para a busca das métricas intolerantes foi #discursodeodio. Assim, sistematizamos as análises por meio de uma perspectiva conduzida pela abordagem fenomenológica da intolerância, isto é, captando as intencionalidades e os significados presentes nas postagens, o que configura o escopo da abordagem fenomenológica da intolerância. É possível que os discursos intolerantes cruzem o limite entre o direito e a liberdade de expressão e o discurso de ódio com a falsa cortina da invisibilidade, assegurada pela virtualização. Em vista disso, mesmo que as atitudes sejam consideradas inaceitáveis por não proporcionarem um diálogo contemplado com o ato de escutar das duas partes, uma vez que o outro ainda se sente afetado por determinadas postagens divergentes ao seu pensamento e atribui um discurso diferente da sua prática. A pesquisa proporcionou a constatação da ética individualista, por meio da qual o humano é voltado a um pensamento dentro de si mesmo, em que o valor da ética a ser seguida depende do contexto e que possa trazer retornos positivos, assim como a transparência de quem agride. Com a verificação das postagens, realizadas na comunidade do Canal Púrpura, foi possível constatar que as interações no álbum “ataques de ódio” continha o registro de diálogos fora da ética, da identificação com a alteridade e da reciprocidade nas relações interpessoais, mediante a expressão de ódio na web, com distorções de fatos, com ideologismos sem fundamentação ou radicais e com desqualificação pessoal, de modo que as fake news também tiveram grande colaboração para que esse cenário, por meio do compartilhamento de mensagens – como gatilhos –, expusesse o conflito, o preconceito, o ódio e a intolerância. Compreender as formas manifestadas de intolerância pode ser uma ferramenta a mais no conflito proporcionado por esse fenômeno. A irreflexão, a ausência de pensamento em momentos tão sóbrios promove o reforço de intolerância presente nas interações das redes sociais que são decorrentes das dificuldades em realizar um convívio pacífico entre as questões culturais, políticas, entre outras formas, sem abandonar as particularidades individuais.

Autor(a)

Janaina Loureiro da Costa

Orientador(a)

Adelma Pimentel

Curso

Psicologia

Instituição

UFPA

Ano

2019