O autismo é o terceiro maior transtorno diagnosticado na infância, sendo sua prevalência na população pediátrica superior ao câncer, ao diabetes, à espinha bífida e à síndrome de Down. É classificado como um transtorno do neurodesenvolvimento e atinge áreas importantes do desenvolvimento: interação social, comunicação e comportamento. Dada sua complexidade, pode resultar em intenso sofrimento aos pais ou a outro(a) que assuma tais funções enquanto cuidador (a) principal, os quais necessitam encarar as limitações advindas, estando abertos ao encontro com o desconhecido. Considerando a importância de pesquisas que busquem dar voz a esses cuidadores e investiguem práticas de cuidado a essa clientela, assim como, minhas inquietações no sentido de oferecer um espaço de escuta aos cuidadores de crianças diagnosticadas com o transtorno de espectro autista, elegi, como objetivo desse estudo, desvelar o processo de im(plantação) de um serviço de plantão psicológico a esses cuidadores, ao mesmo tempo em que busquei compreender os sentidos do encontro pais e plantonista. O referido serviço foi desenvolvido em uma Organização Não Governamental-ONG da cidade de Belém que presta assistência a essas crianças e às suas famílias, tendo como base teórica a Abordagem Centrada na Pessoa, ou seja, um espaço de escuta, uma modalidade de atendimento emergencial que tem por intuito o acolhimento no momento imediato de procura. Como método, destaca-se a pesquisa qualitativa de base fenomenológica. A pesquisa teve participação de seis clientes atendidos no serviço, sendo cinco mães e um pai. Três dessas mães e um pai receberam atendimento somente uma vez, duas mães participaram de duas sessões do serviço de Plantão. Para análise dos dados foi utilizado o instrumento de versão de sentido, proposto por Amatuzzi (2001). Como resultados, verificou-se a formação de três eixos de significação, presentes nas versões de sentido, a saber: “luto diante do diagnóstico de autismo”; “dificuldades com os cuidados com a criança” e “isolamento social”. Além desses resultados, com base nos encontros realizados, foi possível observar o quanto o Plantão Psicológico proporcionou um espaço de escuta e acolhimento para as demandas trazidas pelos pais/cuidadores.
Implantação do Plantão Psicológico na ONG Casa do Autista, A
Diana da Silva Nobre
Orientador(a)
Airle Miranda de Souza.
Curso
Psicologia
Instituição
UFPA
Ano
2017