Para o pai, na maioria das vezes a principal repercussão na separação conjugal de casais com filhos é o distanciamento físico e emocional da prole. Nesse sentido, o presente trabalho tem como objetivo compreender a paternidade na perspectiva do pai após o rompimento conjugal. A pesquisa foi realizada através de uma abordagem qualitativa e a coleta de dados foi obtida a partir de entrevistas semi-estruturadas. Foram entrevistados oito homens separados que tinham pelo menos um filho de até 6 anos de idade oriundo desse relacionamento no momento do rompimento. O critério de exclusão dos colaboradores foi o recasamento. Utilizou-se no tratamento dos dados a análise de conteúdo, com ênfase nas categorias: Transformações Familiares e Transformações da Paternidade. A categoria Transformações Familiares aponta para a compreensão da formação da família, do rompimento conjugal, da guarda dos filhos, da relação com a ex cônjuge e da percepção do cuidado materno. Na categoria Transformações da Paternidade entendeu-se a partir dos cuidados paternos, dos cuidados de meninos e meninas, do relacionamento com os filhos, do nome dos filhos, da ajuda da família e ser pai separado. Pode-se depreender a partir dos resultados que os pais se relacionam com os filhos ainda muito influenciados pelo modelo tradicional de papéis familiares, em que a função paterna primordial é o provimento econômico, mas também são influenciados pela reorganização dos papéis sociais na contemporaneidade, preocupando-se com os cuidados parentais e o envolvimento emocional com os filhos. Constata-se que não há prevalência de um único modelo de paternidade estabelecido pelos pais, assim, a forma com que eles exercem e compreendem seu papel está relacionado aos diversos contextos encontrados após o divórcio. E esse contexto está diretamente associado ao relacionamento parental estabelecido após o rompimento conjugal, haja vista que a possibilidade de exercer os cuidados paternos e manter um envolvimento emocional com os filhos só é possível a partir do convívio com os mesmo, portanto dependem da capacidade dos ex-cônjuges de diferenciar o relacionamento parental e o relacionamento conjugal.
Paternidade após o Rompimento Conjugal, A
Roberta Karyne Brasil Bandeira
Orientador(a)
Janari da Silva Pedroso
Curso
Psicologia
Instituição
UFPA
Ano
2013